quarta-feira, 19 de março de 2025

Copom decide aumentar taxa Selic a 14,25%, a 4ª maior do mundo

Decisão coloca Brasil na quarta posição entre os países com a maior taxa de juros real do mundo; BC indicou um ajuste de menor magnitude em maio
Banco Central do Brasil (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (19) o aumento de um ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que saiu de 13,25% para 14,25%, a 4ª maior do mundo.

O anúncio significa a quinta alta seguida na Selic. Com a decisão do Copom, ligado ao Banco Central, o Brasil terá uma taxa real de 8,79%. A Turquia lidera o ranking, com 11,9%, seguida por Argentina, com 9,35%, e Rússia, com 8,91%.

Com a decisão desta quarta, os juros básicos vão ao maior nível em mais de oito anos. A Selic esteve em 14,25% pela última vez em 2016.

Entre analistas do mercado, a expectativa é que a Selic tenha novos aumentos para conter a inflação. As próximas reuniões do Copom foram marcadas para acontecer nos dias 6 e 7 de maio.

O BC indicou um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, se confirmado o cenário esperado. Em comunicado, o Copom enfatizou que, para além da reunião de maio, a magnitude total do ciclo de aperto "será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta" e dependerá da evolução dos preços à frente, incluindo componentes mais sensíveis à atividade econômica, projeções e expectativas de inflação, nível de ociosidade da economia e riscos para os preços à frente.

A taxa básica de juros é usada em negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). É uma referência para as demais taxas da economia. O Banco Central faz operações de mercado aberto, comprando e vendendo títulos públicos federais, para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.

Se o Copom aumenta os juros, encarece o crédito, contém a demanda, e, neste cenário, os preços baixam, porque as pessoas estão com menos dinheiro para consumir. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores para definir os juros, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

O comitê ligado ao BC reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre as economias brasileira e mundial, além do comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, definem a taxa de juros.

Fonte: Brasil 247

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