Edegar Pretto afirma que a reconstrução da empresa pública, quase extinta no governo Bolsonaro, contribui para garantir comida a preço justo
Com um aporte adicional de R$ 350 milhões para a aquisição e estocagem de alimentos, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) retoma sua capacidade de formar estoques reguladores, atingindo aproximadamente meio bilhão de reais destinados a essa finalidade em 2024. A informação foi divulgada pelo presidente da Conab, Edegar Pretto, em entrevista ao programa "A Voz do Brasil" na última quarta-feira (19). Segundo ele, essa reestruturação permite que a empresa pública cumpra seu papel essencial na estabilização dos preços dos alimentos e na garantia de que cheguem à população a preços justos.
"Informei ao presidente Lula que a Conab agora está preparada para fazer estoques públicos. Agora temos orçamento e estrutura para comprar comida, a preço justo, direto do produtor, e fazer estoque para, quando o preço subir para o consumidor, a gente possa colocar esse produto no mercado e equilibrar o preço", destacou Pretto.
A Conab passou por um processo de reconstrução após quase ser extinta no governo Jair Bolsonaro (PL). Na gestão passada, o número de unidades armazenadoras foi drasticamente reduzido, caindo de 91 para 64. Agora, além da retomada da estrutura, o governo tem investido na ampliação do Plano Safra e no fortalecimento de políticas públicas que garantem apoio aos agricultores familiares. Entre essas iniciativas, destaca-se a aquisição de produtos por preços mínimos e o programa Garantia-Safra, que assegura ressarcimento a pequenos produtores em caso de perdas provocadas por condições climáticas adversas.
De acordo com "A Voz do Brasil", o programa Garantia-Safra contará, em 2024, com R$ 670 milhões em recursos, beneficiando cerca de 520 mil agricultores familiares. O auxílio, concedido a quem possui propriedades de até 5 hectares e registra perda superior a 50% da produção, será de R$ 1,2 mil para cada produtor afetado.
Para Pretto, esse suporte governamental tem sido fundamental para resgatar a confiança dos agricultores, incentivando-os a produzir alimentos para o mercado interno. "Produzir comida neste Brasil voltou a ser um bom negócio, outra vez", afirmou. Ele ressaltou que muitos pequenos produtores, que antes arrendavam suas terras ao agronegócio ou se voltavam para culturas de exportação, agora estão retornando ao cultivo de alimentos para consumo nacional.
Os esforços da Conab já começam a surtir efeito na queda dos preços de alguns itens essenciais. Um dos exemplos citados por Pretto é o arroz, que registrou redução de 6,24% no valor em fevereiro. A expectativa é que a ampliação dos estoques e o fortalecimento das políticas de abastecimento contribuam para estabilizar ainda mais os preços ao longo do ano.
Fonte: Brasil 247
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