
Se houvesse alguma dúvida sobre a relevância do Supremo Tribunal Federal no Brasil contemporâneo, o cenário atual a elimina por completo. O STF se consolidou como a principal trincheira democrática contra o avanço da extrema direita, não apenas no país, mas no mundo.
Em meio a uma onda global de ataques às instituições e tentativas de ruptura, o tribunal brasileiro tem se destacado como exemplo de firmeza institucional. Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil — e o país está dando uma aula de como se lida com golpistas.
No julgamento de Bolsonaro e sua corja de golpistas, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino personificam um raro momento de convergência democrática entre diferentes espectros ideológicos.
Dino representa um progressismo comprometido com as garantias constitucionais. Moraes encarna o conservadorismo jurídico que não cede à pressão do extremismo. Duas visões de mundo distintas, unidas por um mesmo compromisso: a defesa da ordem constitucional.
Com a antipolítica fascista, o Judiciário se revelou o espaço mais politicamente preparado da cena brasileira.
Não se trata de protagonismo voluntário, mas de responsabilidade histórica. O Brasil, nesse aspecto, está à frente de muitas democracias consolidadas. Enquanto cortes supremas em outros países sucumbem diante de ameaças autoritárias, Moraes e Dino respondem com jurisprudência, coragem e ação.
A democracia não é feita apenas de votos. É sustentada por instituições sólidas, por agentes públicos que conhecem seus limites, mas não recuam diante de seu dever. Nesse sentido, o Brasil, com todas as suas contradições, tornou-se uma referência. E o Supremo Tribunal Federal, por paradoxal que pareça, é hoje o espaço mais politicamente preparado para enfrentar o tempo que vivemos.
Fonte: DCM
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