Aliados do ex-presidente veem risco iminente de prisão e apostam em manobras para adiar julgamento
Integrantes da família de Jair Bolsonaro e advogados do ex-presidente compartilham, nos bastidores, um profundo pessimismo quanto à possibilidade de sucesso nas demandas apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF). A principal preocupação, de acordo com reportagem de O Globo, está na decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso que investiga a tentativa de golpe, sobre os pedidos da defesa.
Entre as solicitações entregues ao STF, está a anulação da delação do ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, que se tornou um dos pilares da investigação contra Bolsonaro. Outra reivindicação é que o caso seja julgado pelo plenário completo do STF, composto por 11 ministros, e não apenas pela Primeira Turma, que conta com seis magistrados.
Apesar das estratégias traçadas pela defesa, aliados do ex-presidente e membros da cúpula do PL avaliam que as chances de qualquer um desses pedidos ser aceito são mínimas. Mais do que isso, a possibilidade de prisão de Bolsonaro é vista como um cenário cada vez mais próximo, uma preocupação crescente entre os bolsonaristas.
Uma das apostas do grupo é retardar ao máximo o julgamento, com a esperança de que uma decisão do STF só ocorra em 2026, ano da próxima eleição presidencial. A expectativa é de que, diante da proximidade com o pleito, a Corte evite determinar a prisão de Bolsonaro, o que poderia gerar um novo fator de polarização política. No entanto, essa não tem sido a sinalização dos ministros. Nos bastidores, ainda de acordo com a reportagem, a mensagem que circula é de que, após o trânsito em julgado, todos os condenados no caso da tentativa de golpe serão presos.
Diante desse cenário, a equipe jurídica do ex-presidente já começa a traçar alternativas. Um dos caminhos estudados é recorrer a organismos internacionais, como o Comitê de Direitos Humanos da ONU, em uma estratégia semelhante à adotada pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva contra as decisões da Operação Lava Jato. Resta saber se essa iniciativa conseguirá frear o cerco jurídico que se fecha sobre Bolsonaro e seu entorno.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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