Débora Santos escreveu "Perdeu, mané" na escultura A Justiça durante os atos golpistas de 8 de janeiro e pediu desculpas em carta lida no processo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (21) pela condenação de Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão. A ré é acusada de depredar patrimônio público ao pichar a estátua A Justiça, localizada em frente à sede do STF, durante os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A informação foi publicada originalmente pelo jornal O Globo.
A votação ocorre no plenário virtual da Primeira Turma do Supremo e está prevista para durar até o dia 28 de março. Outros ministros ainda devem se manifestar antes da conclusão do julgamento.
A frase pichada por Débora, “Perdeu, mané”, ficou conhecida por ter sido dita pelo ministro Luís Roberto Barroso, hoje presidente da Corte, a um bolsonarista que o confrontou em Nova York, em novembro de 2022. A mesma expressão foi registrada em diferentes locais do STF no dia da depredação.
Durante uma audiência de instrução realizada em novembro do ano passado, foi lida uma carta escrita por Débora, na qual ela pede desculpas ao ministro Moraes, ao STF e à população brasileira. No texto, a acusada afirma que, na ocasião, desconhecia o valor simbólico e histórico da obra pichada, criada pelo escultor mineiro Alfredo Ceschiatti.
“Na época não sabia da importância da estátua”, diz a carta. Ela relata ainda que a iniciativa de escrever na escultura partiu de outra pessoa, que teria pedido a ela que concluísse a pichação. “Disse que a letra dela era feia”, explicou Débora, justificando sua participação no ato de vandalismo.
Além da pena de 14 anos de prisão — a mesma aplicada a outros envolvidos nos atos de 8 de janeiro —, Moraes votou também pela fixação de uma multa de R$ 30 milhões, a ser paga solidariamente por todos os réus já condenados, como forma de reparação pelos danos causados ao patrimônio público.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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