A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR)
Hacker Walter Delgatti em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado )
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo (SAP-SP) informe se Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker de Araraquara, está em risco dentro do sistema prisional. A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi divulgada pelo portal UOL.
A pasta tem o prazo de dez dias para prestar esclarecimentos e avaliar a viabilidade da transferência de Delgatti para a Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, em Tremembé, unidade que abriga detentos de grande repercussão.
⊛ Defesa alega ameaças dentro da prisão
Os advogados de Delgatti encaminharam, em 8 de janeiro, um pedido ao STF alertando para o risco de vida do hacker na prisão. Segundo a defesa, a polarização política no país o torna um "alvo fácil". "A polarização política que temos enfrentado atualmente, enraizada em todos os setores do convívio social, até mesmo núcleos familiares, coloca o Hacker de Araraquara, como ficou conhecido, como alvo fácil dentro da prisão, tendo recebido sérias e frequentes ameaças no período em que está recolhido, na cidade de Araraquara", afirmaram os advogados.
⊛ PGR pede condenação de Delgatti e Carla Zambelli
No último sábado (1º), a PGR solicitou a condenação de Walter Delgatti Neto e da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De acordo com a PGR, Zambelli teria utilizado os serviços do hacker para "gerar ambiente de desmoralização da Justiça brasileira" entre o fim de 2022 e o início de 2023, logo após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais.
A PGR requer a condenação dos dois por invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica, com agravante de aumento de pena. "A Procuradoria-Geral da República requer a condenação de Carla Zambelli Salgado de Oliveira e Walter Delgatti Neto pela prática das condutas penais de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica, com incidência da causa de aumento de pena", afirmou a PGR em manifestação oficial.
As investigações apontam que Delgatti realizou dez invasões a sistemas do Judiciário, incluindo a criação de mandados falsos de prisão, bloqueios de bens e quebras de sigilo contra o próprio ministro Alexandre de Moraes. Além disso, o hacker teria produzido falsos alvarás de soltura em favor de presos, incluindo um líder do Comando Vermelho condenado a mais de 200 anos de prisão.
⊛ Defesa de Zambelli nega envolvimento
Em nota divulgada no ano passado, a defesa de Carla Zambelli negou qualquer participação nos crimes e afirmou que a investigação não reuniu elementos que comprovem sua culpa. O caso segue em andamento no STF.
Fonte: Brasil 247 com informações do UOL
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