segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Tarcísio se cala sobre denúncias contra Bolsonaro para tentar ser candidato em 2026

Governador de São Paulo só será viável se receber o apoio do ex-presidente denunciado pela PGR

       Tarcísio de Freitas (Foto: Patricia Cruz/Governo do Estado de SP)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem demonstrado irritação com as especulações sobre sua candidatura à Presidência da República em 2026. Apesar das negativas públicas, aliados avaliam que essa possibilidade se torna cada vez mais concreta, segundo aponta reportagem do Estado de S. Paulo. "Eu não sou candidato. Tem muita gente falando por mim. Ninguém fala por mim. Ninguém está autorizado. Meu único foco é São Paulo", afirmou Tarcísio ao Estadão, reforçando que disputará a reeleição para governador em 2026. Entretanto, nos bastidores, a avaliação é que sua candidatura ao Planalto só ocorreria caso Jair Bolsonaro (PL) o indicasse como substituto.

O ex-presidente, que está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e enfrenta uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) como líder de uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado após ser derrotado nas eleições de 2022, ainda tenta se manter como figura central da direita. Se condenado, Bolsonaro pode pegar até 43 anos de prisão.

Mesmo diante desse cenário, na última terça-feira (18), antes da denúncia da PGR, Tarcísio publicou nas redes sociais um apoio direto ao ex-presidente, afirmando que Bolsonaro é seu candidato. O governador paulista tem mantido, nos bastidores, a estratégia de demonstrar lealdade a Bolsonaro, sem precipitar qualquer sinalização de candidatura própria.
Postura estratégica para evitar desgaste

Aliados próximos consideram a postura de Tarcísio acertada, pois evita desagradar Bolsonaro e, ao mesmo tempo, impede que seja visto como o principal adversário de Lula. "O ex-presidente se irrita com qualquer discussão sobre sucessão. Ele continuará se apresentando como pré-candidato para manter sua força política, enquanto busca evitar uma condenação no Supremo Tribunal Federal (STF)", disse um integrante do governo paulista.

A estratégia é semelhante à adotada por Lula em 2018, quando, mesmo preso, manteve sua candidatura até a última instância.

Outro fator que reforça a prudência de Tarcísio é que, ao não se colocar como candidato presidencial agora, ele evita ataques mais agressivos das forças governistas. Uma candidatura anunciada precocemente poderia fazer dele o alvo principal do governo e seus aliados.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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