Falas do presidente da Câmara que relativizam a tentativa de golpe e sugerem pautar a anistia soaram como um sinal de alerta para o STF
Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados )
Após declarações do novo presidente da Câmara, Hugo Motta (REP-PB), de que não via os atos de 8 de janeiro de 2023 como uma tentativa de golpe, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reagiram com cautela, relativizando as palavras de Motta. O episódio, ocorrido no início de 2023, que envolveu militantes bolsonaristas e de extrema direita tentando forçar uma ação ilegal das Forças Armadas, foi minimizado por Motta, o que gerou uma onda de repercussão. Segundo a coluna da jornalista Daniela Lima, do G1, os integrantes da Corte viram “exagero” na fala de Motta, o que ligou o sinal de alerta entre os ministros.
Imediatamente após a fala, o presidente da Câmara procurou integrantes do STF para suavizar seu posicionamento. Ele reforçou sua disposição em manter boas relações com a Corte, reiterando que não tinha a intenção de criar um clima de tensão entre os Poderes e que não alimentaria pautas de desrespeito a decisões da Justiça.
Entretanto, o diálogo com a magistratura não é algo novo para Motta. Antes mesmo de sua eleição, o parlamentar já havia visitado gabinetes de ministros do Supremo, garantindo que agiria com lealdade institucional ao Tribunal. Porém, as recentes falas, que não só relativizam o golpe como também sugerem pautar a anistia para os condenados pelo ataque ao Estado Democrático de Direito, soaram como um alerta para o STF.
Embora os ministros não considerem o comportamento de Motta uma afronta direta à Corte, há um reconhecimento de que ele tenta agradar à ala mais conservadora e radical do Congresso, especialmente enquanto ainda define a composição das comissões da Câmara. De acordo com ministros ouvidos, a fala de Motta ainda não ultrapassou os limites da retórica, mas foi vista como um "exagero”.
Apesar disso, o Supremo tem demonstrado unidade ao julgar os envolvidos nos ataques de janeiro, enviando um sinal claro de que a Corte permanece firme na defesa da Constituição ao proferir centenas de sentenças contra os participantes do ato golpista de 8 de janeiro.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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