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A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi utilizada no governo de Jair Bolsonaro (PL) para vigiar opositores e aliados. O esquema envolveu o software israelense First Mile, capaz de rastrear a localização de qualquer celular em tempo real. Com informações do Uol.
De acordo com depoimentos de Mauro Cid e novas fases das investigações, o monitoramento era conduzido por um grupo restrito dentro da Abin, sob o comando de Alexandre Ramagem. O sargento Giancarlo Gomes Rodrigues, cedido do Exército, operava o sistema para rastrear alvos considerados “inimigos” do governo. Ele teria acionado o software mais de 887 vezes. Entre os nomes espionados estavam Rodrigo Maia, Joyce Hasselmann, Vicente Cândido e Jean Wyllys.

O software foi adquirido sem licitação entre os governos Temer e Bolsonaro e ficou sob o controle do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Heleno mantinha uma agenda manuscrita com “missões” para enfraquecer o sistema eleitoral, parte de uma estratégia mais ampla para desacreditar as urnas eletrônicas.
Além da vigilância política, o sistema foi usado para fins pessoais do ex-presidente, incluindo investigações sobre seu filho Jair Renan. O rastreamento ocorreu sem ordem judicial, indicando que houve o uso da máquina pública para interesses privados.
O escândalo levou o presidente Lula (PT) a retirar a responsabilidade da Abin pela segurança presidencial, transferindo essa função para a Polícia Federal após os ataques de 8 de janeiro.
Fonte: DCM
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