Petista discutiu com Marcio Pacheco (PP) e chamou o deputado de "coronelzinho". Durante a discussão, voltou a acusar Traiano de corrupção
Traiano (no centro) discute com Renato Freitas (à direita) na sessão da CCJ (Reprodução/YouTube)
Uma discussão entre os deputados Renato (PT) e Marcio Pacheco (PP) marcou a sessão desta segunda-feira (24) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Freitas chamou Pacheco de “coronelzinho”, um assessor do parlamentar de “palhaço” e voltou a chamar o deputado Ademar Traiano (PSD), presidente da CCJ, de “corrupto”.
O clima ficou tenso já na votação do primeiro item da pauta, um projeto de lei do autoria do Governo do Estado que cria cargos no Corpo de Bombeiros. Renato Freitas leu um voto em separado por aproximadamente dez minutos, o que gerou protestos por parte dos governistas. Pacheco alegou que os deputados têm apenas cinco minutos para apresentarem seus votos. “Estamos há 23 minutos debatendo um único projeto”, disse. Freitas questionou o prazo e Traiano afirmou que ele está previsto no artigo 75 do regimento interno da Assembleia.
A discussão começou na análise do segundo item da pauta, um projeto de lei do Executivo que fixa o efetivo da Polícia Militar. Antes de iniciar a leitura de um novo voto em separado, Renato Freitas disse que um assessor de Márcio Pacheco estava fazendo “mímicas” e agindo como um “palhaço”. Veja como foi a discussão:
Renato Freitas – O senhor está com algum problema? Porque você já está me incomodando. Você não tem educação, você quer ter evidência aqui na sala da CCJ? Estou falando exatamente com você rapaz, porque se você começar a fazer mímicas, dar gargalhadas e interferir na minha atuação parlamentar, eu vou pedir para o que senhor se retire.
Marcio Pacheco – Deputado, é da minha assessoria parlamentar.
Renato Freitas – Tanto faz, para mim não importa.
Marcio Pacheco – O senhor não manda aqui na CCJ.
Renato Freitas – Eu te desrespeito?
Marcio Pacheco – Você não manda na CCJ.
Renato Freitas – Eu te desrespeito?
Marcio Pacheco – Mas ninguém está sendo desrespeitado, o senhor é um homem público. O senhor tem que suportar o que as pessoas manifestam.
Renato Freitas – Não. Se ficar um palhaço ao seu lado fazendo mímica, eu vou me importar.
Marcio Pacheco – As pessoas que discordam do senhor são palhaços então?
Renato Freitas – Olhe pra trás aí. Você é cego?
O clima ficou ainda pior quando Traiano tentou interromper a discussão.
Ademar Traiano – não vamos ficar discutindo picuinhas.
Marcio Pacheco – O senhor (Renato Freitas) não vai pedir para ele sair daqui. Ele é da minha assessoria e vai permanecer aqui na CCJ, o senhor não manda aqui. O senhor faça a leitura do seu documento.
Renato Freitas – Eu faço o que eu quiser. Quem é você, coronelzinho? Aqui você não manda, você não cria regra.
Marcio Pacheco – Baixe a tua bola, deputado.
Renato Freitas – Você que baixe a sua bola, rapaz. Coronelzinho de meia pataca.
Ademar Traiano – Eu exijo respeito de vossa excelência, aqui não tem coronelzinho. Aqui tem deputado.
Renato Freitas – Então exija dele e exija daquele rapaz.
Ademar Traiano – Vossa excelência se cale.
Renato Freitas – Não tenho medo do senhor, que é corrupto. O senhor é corrupto, então não tem nem moral pra falar comigo. E você é um coronelzinho (para Pacheco). E você, um palhaço (para o assessor de Pacheco).
Traiano disse então que a todos conhecem o “histórico” de Renato Freitas.
Ademar Traiano – Busque o seu histórico. A gente conhece o seu histórico.
Renato Freitas – Não roubo dinheiro do povo.
Ademar Traiano – Eu conheço a sua história, não venha fazer teatro aqui nessa Casa.
Renato Freitas – Teatro estava fazendo ele.
Ademar Traiano – Busco a sua ficha e vou lhe mostrar.
Renato Freitas – Então mostre (a ficha). Já devia ter mostrado. Corrupto
Os ânimos só se acalmaram após a intervenção do deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD). “Ele [o assessor de Marcio Pacheco] está sentando agora e não está sorrindo. Ele está bem tranquilo ali. Vamos seguir a reunião, vossa excelência merece respeito em todas as sessões. Vossa excelência tem razão nesse sentido, ele disse que não desrespeitou, mas vossa excelência disse que se sentiu desrespeitado. Vamos seguir a reunião.”
Foi a segunda fez que Renato Freitas chamou Traiano de corrupto. A outra foi na sessão do dia 9 outubro de 2023, quando o deputado do PSD era presidente da Assembleia. Depois da discussão, Traiano protocolou uma representação disciplinar contra Freitas, que poderia levar à cassação do mandato do petista no Conselho de Ética da Assembleia.
Em dezembro do mesmo ano, no entanto, foi divulgado que Traiano e o ex-deputado Plauto Miró Guimarães haviam feito acordos de não persecução cível e penal com o Ministério Público do Paraná em um caso em que solicitaram R$ 200 mil em propinas para renovar o contrato com uma empresa que prestava serviços para a TV Assembleia. A representação contra Renato Freitas acabou arquivada.
Fonte: Jornal Plural
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