segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Relatório da PF aponta que desembargadora cunhada de Sarney teve papel 'crucial' em fraudes no Tribunal do Maranhão

Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa, cunhada do ex-presidente, foi indiciada na Operação 18 Minutos e está afastada do cargo desde o ano passado

Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa (Foto: Reprodução (Divulgação))

A desembargadora Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa, cunhada do ex-presidente José Sarney, é uma das indiciadas na Operação 18 Minutos, que investiga a venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Maranhão. De acordo com informações da Polícia Federal, segundo a coluna do jornalista Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo, a participação de Nelma foi "crucial" para "que a empreitada criminosa fosse exitosa" no que diz respeito à expedição de alvarás judiciais que resultaram no levantamento de quase R$ 18 milhões do Banco do Nordeste para o pagamento de honorários advocatícios.

A investigação revela que, entre 2015 e 2016, desembargadores, juízes e advogados criaram um esquema para liberar os pagamentos e dividir o dinheiro. No período, Nelma Sarney ocupava o cargo de corregedora do Tribunal de Justiça do Maranhão e, segundo a PF, atuou diretamente para garantir a redistribuição de ações que permitiram o desbloqueio dos valores. O primeiro alvará suspeito foi expedido em 2015, com a colaboração da juíza Alice de Sousa Rocha, também indiciada.

Ainda de acordo com a reportagem, o relatório final da investigação, enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), destaca a "participação fundamental" de Nelma Sarney na expedição do alvará fraudulento de R$ 14 milhões em outubro daquele ano, evidenciando seu papel crucial no sucesso do esquema criminoso.

Em agosto, durante as buscas da Operação 18 Minutos, o celular de Nelma foi apreendido, revelando conversas suspeitas com o ex-deputado federal Edilázio Júnior (PSD-MA), cunhado da desembargadora, também indiciado na investigação. As mensagens indicam que ele tinha influência nas decisões judiciais da magistrada, incluindo a orientação para que uma decisão favorável fosse redigida pela assessoria de Nelma.

Além das conversas, a PF também analisou as movimentações financeiras da desembargadora. Durante o período investigado, sua conta bancária recebeu 111 depósitos sem origem identificada, e seus gastos no cartão de crédito foram considerados incompatíveis com sua renda e patrimônio. A polícia sugere que tais despesas possam ter sido financiadas com recursos de origem ilícita, configurando possível lavagem de dinheiro.

Nelma Sarney está afastada de suas funções no tribunal desde 2024, em um afastamento que antecede a Operação 18 Minutos. Ela já havia sido acusada de usar seu cargo para ajudar um ex-assessor, com quem trabalhou por mais de 20 anos, a ser aprovado em um concurso de cartórios no estado.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna de Fausto Macedo. fo jornal O Estado de S. Paulo

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