domingo, 23 de fevereiro de 2025

Protagonista do golpe de 2016 e o presidente mais rejeitado da história, Temer vê 'falta de credibilidade' no governo Lula

Temer voltou a defender a mudança do sistema de governo para o semipresidencialismo

      Michel Temer (Foto: Reuters)

Michel Temer (MDB), que articulou um golpe de estado em 2016 contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff (PT) e deixou o governo como o presidente mais rejeitado da história, afirmou Lula enfrenta "falta de credibilidade" e atribuiu parte do problema a disputas internas no governo e no próprio Partido dos Trabalhadores.

Temer voltou a defender a mudança do sistema de governo no País para o semipresidencialismo, o que, na sua visão, acabaria com o "trauma" do impeachment.

"Eu acho que o que está acontecendo com o atual governo é essa falta de credibilidade. E das mais variadas razões. Até das razões internas, daquela disputa entre ministérios ou do partido do governo com o próprio governo. Isso tira a credibilidade", afirmou Temer.

O ex-presidente comparou a situação atual de Lula com seu próprio governo, que, segundo ele, tinha "unidade" e "apoio do Congresso Nacional".

"Nós temos, no Brasil, a ideia equivocada de que o presidente manda tudo, e não manda coisa nenhuma. Só manda se tiver o apoio do Congresso Nacional", disse Temer, para quem o Congresso tem assumido atividades tipicamente do Executivo. "Eu me recordo que o Arthur Lira (PP-AL), em um dado momento, como presidente da Casa, chamou os planos de saúde para tentar fazer um grande acordo nacional. E vocês sabem que essa é uma atividade tipicamente executiva, não é uma atividade do Legislativo", lembrou o ex-presidente.

Ele ainda continuou: "Desde o tempo do governo Itamar Franco, houve mais de 300 pedidos de impedimento. E cada pedido de impedimento, tal como o próprio impedimento, cria, sem dúvida alguma, um trauma institucional. Qual é a primeira vantagem da adoção desse sistema (semipresidencialista)? O primeiro, primeiríssimo, é que, entregando a função executiva ao Legislativo, você está dando responsabilidade governativa aos parlamentares. Mas o segundo elemento é acabar com o trauma do impedimento. Porque, em primeiro lugar, você só tem governo se você tiver a maioria do Parlamento. Enquanto não se constitui uma maioria do Parlamento, você não tem governo."

Uma pesquisa da AtlasIntel, divulgada no último fim de semana, revelou que a maioria dos brasileiros é contra a mudança no modelo de governabilidade do país. De acordo com o levantamento, 71% rejeitam a proposta.

Fonte: Brasil 247

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