Aumento do preço para importadores pode levar o governo dos EUA a abrir negociações com países como o Brasil
Donald Trump (Foto: Kevin Lamarque - Reuters)
O governo dos Estados Unidos pode ser obrigado a recuar na aplicação de tarifas de 25% sobre a importação de aço, caso a medida seja estendida a todos os países. A avaliação é de que o aumento nos preços internos do produto pressionaria o presidente Donald Trump a abrir negociações com nações exportadoras, como o Brasil. De acordo com informações do G1, as informações foram divulgadas por fontes próximas ao governo brasileiro, que acompanham de perto as movimentações comerciais entre os dois países.
Especialistas apontam que o cenário seria semelhante ao ocorrido no mandato anterior de Trump, quando o aumento das tarifas sobre o aço levou a um recuo posterior, com a negociação de cotas específicas para o produto brasileiro. Enquanto aguarda o anúncio oficial da medida, o Brasil avalia seguir o exemplo da China e recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para reverter a decisão ou obter autorização para medidas retaliatórias. No entanto, a OMC enfrenta um processo de esvaziamento, com seus órgãos de resolução de disputas sem pessoal qualificado para analisar recursos, o que pode dificultar o processo.
Um assessor presidencial brasileiro, que preferiu não se identificar, destacou que o momento não é propício para respostas públicas às ameaças de Trump. “O presidente Lula já se manifestou publicamente, mas agora não seria produtivo entrar em uma batalha verbal. O Brasil tem muito mais a perder do que os Estados Unidos”, afirmou.
Os números reforçam a preocupação: 48% das exportações brasileiras de aço têm como destino os Estados Unidos, enquanto no caso do alumínio, o percentual é de 16%. Além disso, há o risco de os americanos sobretaxarem também o ferro. “As exportações brasileiras para os Estados Unidos são importantes para nossa indústria de transformação. Para lá, exportamos aço. No caso da China, exportamos o produto básico, o minério de ferro”, explicou o assessor, ressaltando a relevância do mercado americano para o setor.
Historicamente, Trump já demonstrou flexibilidade em medidas protecionistas. Durante seu governo, ele aumentou tarifas sobre produtos do México e do Canadá, mas recuou após obter concessões dos dois países em temas como controle de fronteiras e combate ao tráfico de fentanil. Agora, o cenário pode se repetir, com o preço interno do aço nos EUA servindo como um freio às tarifas amplas.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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