Repulsa à esquerda indica que Ratinho será sucedido por mais um governador da direita no Paraná
Se o levantamento Genial/Quaest está certo, e não existem motivos para duvidar disso, o eleitor paranaense prefere votar em qualquer candidato de direita a reeleger Lula no ano que vem.
A pesquisa comparou Lula com seis candidatos que podem vir a disputar a eleição. O menos à direita acha que Milton Friedman tinha um perigoso flerte com o Kremlin. Todos ganham de Lula no Paraná com o pé nas costas.
Tanto faz se o sujeito tentou um golpe de Estado, como no caso de Bolsonaro; se está inelegível, como Caiado e Pablo Marçal; ou se simplesmente é um novo rico que acordou um dia achando que deve ser legal ser presidente, como Gusttavo Lima. Todos, absolutamente todos, ganham de Lula com larga vantagem.
Contra Bolsonaro (PL), Lula perde por 51 a 30. Contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), seriam 46 a 30. Gusttavo Lima (sem partido) ganharia do atual presidente por 47 a 28. Se o segundo turno fosse com Pablo Marçal (PRTB), Lula perderia por 44 a 30. Romeu Zema (Novo) levaria por 40 a 32. E até o nome mais fraco da direita, Ronaldo Caiado (União), ganharia por 40 a 30.
Isso certamente diz alguma coisa sobre o lulismo e sobre o momento do país. Mas diz muito mais sobre o Paraná e sobre o que deve acontecer aqui nos próximos anos.
Ratinho está chegando ao fim de seu segundo mandato. Seguiu a cartilha da direita mais radical em todas as áreas: privatizou o que pôde, terceirizou o que não pôde; militarizou escolas e deixou a polícia soltinha para matar mais de 2,3 mil pessoas até o momento.
Sem sombra de dúvida é o governo mais radicalizado que o Paraná teve, pelo menos desde o fim da ditadura militar. Como se não bastasse, Ratinho ainda apoiou Bolsonaro na tentativa de reeleição e, quando a democracia prevaleceu, fez questão de mesmo assim entregar um título de cidadania honorária ao capitão.
Não há dúvida de que o próximo governador deverá sair do mesmo grupo ideológico. Pode ser alguém ligado a Ratinho ou alguém que se candidate como oposição ainda mais radicalizada (sim, isso é possível).
Mas o fato é de que a centro-esquerda, por aqui, parece fadada a mais um tombo em sua infinita série de derrotas eleitorais.
Fonte: Por Rogerio Galindo no Jornal Plural
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