terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Overclean: PF quer fatiar investigação sobre o 'Rei do Lixo' e emendas parlamentares

Investigação preocupa o mundo político, principalmente senadores e deputados, porque apura possíveis irregularidades na destinação de emendas parlamentares

Fachada do Prédio da Polícia Federal em Brasília (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A Polícia Federal estuda um novo desdobramento da Operação Overclean, investigação que tem revelado um esquema de desvio bilionário em contratos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). O caso ganhou ainda mais atenção após indícios de envolvimento de políticos com foro privilegiado, o que levou o inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Com a decisão do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, de designar o ministro Nunes Marques como relator, a PF agora avalia solicitar o desmembramento do inquérito, segundo Camila Bomfim, do g1. A intenção é manter no STF apenas as investigações que envolvem políticos com foro privilegiado e enviar os demais trechos para a primeira instância. A estratégia passou a ser considerada depois que a PF tentou, sem sucesso, que o ministro Flávio Dino assumisse a relatoria do caso.

Nos bastidores do STF, ministros consideram incomum a PF sugerir um relator específico e mais incomum ainda o Supremo atender a tal pedido ignorando um parecer contrário da Procuradoria-Geral da República (PGR). A negativa de Barroso ao pedido da PF, no entanto, não deve prejudicar o andamento das investigações, segundo avaliação interna da própria corporação.

A Overclean tem deixado muitos políticos de Brasília em alerta. O inquérito apura um esquema de desvio de R$ 1,4 bilhão por meio de contratos fraudulentos no Dnocs, alimentados pelo direcionamento de emendas parlamentares. Um dos episódios que mais chamaram a atenção ocorreu durante uma operação de busca e apreensão, quando Francisco Nascimento, vereador de Campo Formoso (BA) e primo do deputado Elmar Nascimento (União-BA), foi flagrado jogando uma sacola com mais de R$ 200 mil pela janela. O envolvimento de parlamentares torna a investigação ainda mais delicada.

Agora, com a relatoria de Nunes Marques definida, a PF segue avaliando o fatiamento da investigação para acelerar a tramitação das partes que envolvem agentes sem foro privilegiado, permitindo que os processos avancem nas instâncias inferiores sem depender exclusivamente do STF.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

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