Advogado Daniel Godoy Jr. analisa o caso do assassinato de Marcelo Arruda e destaca a ausência de legítima defesa por parte do acusado
(Foto: Divulgação)
Em entrevista ao programa Bom Dia, da TV 247, o advogado Daniel Godoy Jr., representante da acusação no caso do assassinato de Marcelo Arruda, forneceu uma análise detalhada sobre o andamento do processo e as circunstâncias que envolvem o crime. O julgamento de Jorge José da Rocha Guaranho, acusado pelo homicídio, está marcado para o próximo dia 11 de fevereiro no Tribunal do Júri de Curitiba.
Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu, foi morto em 9 de julho de 2022, durante a celebração de seu aniversário de 50 anos, que tinha como tema o PT e o ex-presidente Lula. Segundo relatos, Jorge Guaranho, policial penal federal na época, invadiu a festa, resultando em uma altercação que culminou no assassinato de Arruda.
Daniel Godoy Jr. enfatizou que, após uma discussão inicial, Guaranho deixou o local e retornou armado, momento em que ocorreu o crime. "Não existe legítima defesa quando você sai e depois volta para o local onde eventualmente você, em tese, estaria sendo ameaçado", afirmou o advogado. Ele argumenta que, ao deixar o local e retornar, Guaranho não poderia alegar que estava sob ameaça iminente, condição necessária para a caracterização de legítima defesa.
O advogado também destacou o impacto profundo do crime na família de Marcelo Arruda, mencionando que um dos filhos da vítima tinha apenas 40 dias na época do assassinato. "Um bebê de 40 dias que jamais vai ver o pai, jamais vai ouvir a voz do pai, a não ser por vídeos e procedimentos tecnológicos", lamentou Godoy Jr.
Sobre o julgamento, Daniel Godoy Jr. explicou que o processo incluirá a seleção dos jurados, depoimentos de testemunhas e o interrogatório do acusado. Ele ressaltou que espera que o julgamento ocorra sem novos adiamentos, apesar das tentativas anteriores de postergar o processo. "Não há, a rigor, mais nenhuma razão para haver o adiamento do júri", afirmou.
O caso tem sido acompanhado de perto pela sociedade devido às suas implicações políticas e ao contexto de polarização no país. A defesa de Guaranho alega legítima defesa, enquanto a acusação sustenta que o crime foi premeditado e motivado por intolerância política. O julgamento promete ser um marco na discussão sobre violência política no Brasil.
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Fonte: Brasil 247
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