Para a jornalista, a queda da moeda americana desmente a tese de que a preocupação com as contas públicas foi o principal fator de desvalorização do real
(Foto: Reprodução | REUTERS/Paulo Whitaker)
A jornalista Míriam Leitão reconheceu em sua coluna no jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira (5), que o movimento de alta do dólar no final de 2024 não estava diretamente ligado a uma suposta crise fiscal no Brasil, como amplamente propagado no mercado financeiro. Segundo ela, a recente queda da moeda americana desmente a tese de que a preocupação com as contas públicas foi o principal fator para a desvalorização do real.
No texto, Míriam Leitão destaca que o câmbio é um mercado complexo, influenciado por vários fatores globais e locais. A moeda americana teve 12 sessões consecutivas de queda, resultando em uma valorização de 6,6% do real, e operava em alta nesta quarta-feira. Ela aponta que a volatilidade do dólar continua alta, mas o patamar de R$ 5,80 registrado no início do ano está distante dos R$ 6,28 atingidos em dezembro.
Para ela, a subida do dólar no final do ano passado esteve atrelada a um movimento global de fortalecimento da moeda americana, impulsionado pela perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos. A expectativa de uma política econômica mais protecionista sob a liderança de Donald Trump também influenciou esse cenário. Paralelamente, houve uma retirada expressiva de dólares do Brasil, mas isso não foi um fenômeno exclusivo do país.
A jornalista observa que, embora a questão fiscal brasileira seja relevante, a situação foi exagerada no debate econômico. A dívida do país representa 80,1% do PIB e os desafios fiscais são reais, mas as previsões catastróficas feitas no final de 2024 não se confirmaram. O governo cumpriu a meta de déficit.
A mudança na tendência do dólar também tem impactos na inflação, reduzindo pressões sobre preços, especialmente dos alimentos. A previsão de uma boa safra pode ajudar nesse cenário, ainda que a desaceleração dos preços não seja tão significativa quanto em 2023. Por outro lado, a política monetária do Banco Central continua afetando o crescimento econômico. Dados recentes do IBGE apontam uma queda de 0,3% na produção industrial em dezembro, após retração de 0,7% no mês anterior, indicando um ritmo menor de expansão da economia.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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