Em entrevista a rádios baianas, presidente reforçou compromisso com inclusão social, microeconomia e combate ao uso de celulares em escolas
O presidente Lula conversou com jornalistas da Bahia e previu muitas entregas em 2025: ano da colheita. Foto: Ricardo Stuckert / PR (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Em entrevista concedida às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, nesta quinta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou os eixos que considera prioritários em seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto. Distribuição de renda, inclusão social, crescimento econômico, educação e civilidade democrática foram apontados por ele como as marcas que pretende deixar ao final de sua gestão.
“A marca que vou deixar outra vez é o crescimento da distribuição de renda e a inclusão social. A marca da civilidade democrática, do crescimento econômico, do crescimento salarial, do crescimento educacional e da cidadania”, afirmou Lula, ao resumir os pilares de seu governo.
O presidente destacou as políticas de inclusão social implementadas desde o início de sua gestão, em janeiro de 2023, citando o apoio a povos indígenas, quilombolas, mulheres e pequenos produtores rurais. “Nunca antes na história do Brasil houve tantas políticas de inclusão social como agora. É o povo indígena, o povo quilombola, as mulheres, os pequenos produtores rurais nas propriedades de 0 a 100 hectares. Estamos cuidando com muito carinho”, disse.
Lula também ressaltou o crescimento do crédito para o agronegócio e o setor industrial, além do aumento do Produto Interno Bruto (PIB) industrial. “Há muito tempo a gente não tinha o PIB crescendo na indústria. Temos várias atividades econômicas crescendo”, afirmou.
◉ Educação como prioridade
A educação foi outro tema central na entrevista. O presidente reforçou o compromisso do governo com a alfabetização de crianças na idade certa, em parceria com estados e municípios. Ele também mencionou a construção de 100 novos institutos federais e investimentos em universidades e hospitais universitários.
Lula citou ainda o programa Pé-de-Meia, que visa garantir a permanência de alunos no ensino médio, e a sanção do Projeto de Lei nº 4.932/2024, que restringe o uso de celulares por estudantes durante as aulas. “Quando aprovamos a proibição de telefone celular nas escolas é porque a gente quer respeitar o jovem, a criança, o professor e o humanismo. Ou eu cuido do humanismo agora ou os algoritmos vencerão. E eu sou humanista, quero ser solidário, quero ser uma pessoa que tenha paixão pelas coisas. E o algoritmo não tem”, declarou.
◉ Crédito e microeconomia
O presidente também falou sobre o crescimento do crédito no país, destacando o papel dos bancos públicos. “Nunca houve tanto investimento do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, do BNB (Banco do Nordeste) e do Basa (Banco da Amazônia). O crédito está crescendo e vão ter mais medidas anunciadas nos próximos dias”, adiantou.
Lula defendeu a importância da microeconomia para o desenvolvimento do país, argumentando que o foco no pequeno investidor e no consumo das famílias é essencial para movimentar a economia. “Com o dinheiro circulando, o comércio cresce, o serviço cresce, o salário cresce, o poder de compra cresce e o PIB cresce. Em vez de a gente ficar discutindo macroeconomia, a gente tem que discutir microeconomia. Porque é ela que faz a coisa acontecer”, explicou.
O presidente concluiu reforçando a necessidade de equilibrar o apoio aos pequenos empreendedores com o financiamento de grandes projetos. “Um cidadão que pega um bilhão de dólares emprestado nem sempre investe no ano seguinte. Agora, um cidadão que pega 10 contos, vai investir. Um cidadão que ganha mil reais, vai ao supermercado comprar o que comer. É isso que movimenta a economia. E é isso que estamos fazendo. Sem esquecer de que também nós temos que financiar os grandes para que a macroeconomia cresça”, afirmou.
A entrevista de Lula às rádios baianas reforça o tom de sua gestão, marcada pela retomada de políticas sociais e pelo foco no desenvolvimento econômico com inclusão.
Fonte: Brasil 247
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