domingo, 16 de fevereiro de 2025

Justiça concede regime aberto ao bolsonarista que tentou explodir aeroporto do DF

 

George Washington de Oliveira Sousa, bolsonarista condenado por tentar explodir um caminhão-tanque com 60 mil litros de querosene no Aeroporto de Brasília, na véspera de Natal de 2022 – Foto: Reprodução
A Justiça do Distrito Federal concedeu neste sábado (15) a progressão para o regime aberto de George Washington de Oliveira Sousa, bolsonarista condenado por tentar explodir um caminhão-tanque com 60 mil litros de querosene no Aeroporto de Brasília, na véspera de Natal de 2022. A tentativa de atentado fez parte da escalada de violência de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A decisão foi assinada pelo juiz Bruno Aielo Macacari, que entendeu que Sousa cumpriu os requisitos para a mudança de regime, sem registros de falhas disciplinares enquanto esteve preso. Além disso, a medida visa reduzir a superlotação no Centro de Internamento e Reeducação (CIR) do Distrito Federal, onde estão detentos em regime semiaberto.

George Washington foi condenado em maio de 2023 a 9 anos e 4 meses de prisão por expor vidas a perigo, causar incêndio a combustível e porte ilegal de artefato explosivo. Em maio de 2024, conseguiu a progressão para o semiaberto e, agora, passa ao regime aberto. O comparsa Alan Diego dos Santos Rodrigues também foi condenado pelo caso.

A prisão ocorreu em 24 de dezembro de 2022, no mesmo dia da tentativa de explosão. Durante a abordagem, a Polícia Civil encontrou um arsenal de armas e explosivos no apartamento alugado onde Sousa morava, no bairro Setor Sudoeste, em Brasília.

O explosivo utilizado no atentado foi produzido com emulsões trazidas do Pará. Alan Diego dos Santos foi o responsável por acoplar o material ao caminhão-tanque, que estava estacionado próximo ao aeroporto.

O plano só não foi concretizado por uma falha técnica no acionamento da bomba.
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A progressão para o regime aberto de George Washington ocorre um dia após o ex-policial penal Jorge Guaranho, condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pela morte de Marcelo Arruda, ter recebido autorização judicial para cumprir a pena em prisão domiciliar. A decisão foi do desembargador Gamaliel Seme Scaff.

Ex-policial penal Jorge Guaranho e o petista Marcelo Arruda – Foto: Reprodução
Scaff justificou a decisão citando o estado de saúde do condenado. “Assim, ao que parece, o paciente continua muito debilitado e com dificuldade para se deslocar em razão da enfermidade e das lesões que o acometem, logo, por ora, chega-se à ilação de que sua prisão domiciliar não colocará em risco a sociedade ou o cumprimento da lei penal”, escreveu o magistrado ao conceder o habeas corpus. Ele também mencionou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) como base para sua decisão.

Vale ressaltar, no entanto, que o DCM revelou que o desembargador exibe, nas redes, alinhamento claro com a extrema direita brasileira.

Scaff, em 2022, como mostra a reportagem, chegou a sair em defesa do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, comentando uma publicação do site ‘Jornal da Cidade Online’ sobre Sandra Terena, mulher do extremista.

Além disso, no Instagram, o desembargador segue os perfis de Jair e Michelle Bolsonaro, assim como dos deputados federais Carla Zambelli e Pastor Marco Feliciano.


“O desembargador Gamaliel Seme Scaff, que tirou da cadeia o assassino de Marcelo Arruda para deixá-lo cumprir pena em casa, não tem isenção para decidir sobre um crime com motivação política”, escreveu a deputada neste sábado (15) em post em seu perfil no X.

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