domingo, 16 de fevereiro de 2025

Investimentos militares no governo Lula superam os de Bolsonaro, mas gastos com pessoal permanecem elevados

Em 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro, 6,8% do orçamento de defesa foram alocados para investimentos. No ano passado, o índice aumentou para 7,4%

Lula (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil | Presidência da República)

Os primeiros dois anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostraram avanços no setor de defesa nacional, como o aumento na taxa de investimentos, mas também mantiveram desafios relacionados aos gastos com pessoal, especialmente nas Forças Armadas. Sob a gestão do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o Brasil viu uma elevação no montante destinado a investimentos em defesa. Em 2022, o último ano do governo Jair Bolsonaro (PL), 6,8% do orçamento de defesa foi alocado para essa área. Já no ano passado, o índice aumentou para 7,4%, com valores corrigidos pela inflação, passando de R$ 8,6 bilhões para R$ 9,2 bilhões.

Entretanto, de acordo com a Folha de S.Paulo, houve uma queda no pagamento de militares ativos e inativos, que caiu de 80% para 78,2%. A redução reflete a falta de reajustes para a categoria, somada a distorções no uso de recursos no setor militar. Dados do sistema de acompanhamento da execução orçamentária federal do Senado e do Tesouro indicam que, apesar da melhoria marginal no perfil dos gastos, a despesa com pessoal continua alta, sendo que os inativos representam 60% dessa fatia.

A despeito dos esforços para reequilibrar as contas, os gastos com pessoal no setor militar brasileiro continuam elevados, e as reformas previdenciárias, como a de 2019, e novos projetos de aposentadoria não devem modificar substancialmente esse quadro. No cenário político-militar, o debate sobre o controle desses gastos tem sido complexo, especialmente com as tensões entre o governo e a Marinha. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tem buscado equilibrar essas relações, mas chegou a considerar a possibilidade de deixar o cargo.

Em relação aos investimentos, o Brasil ainda está aquém da meta ideal recomendada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que sugere que 20% do orçamento de defesa seja destinado a equipamentos e seus programas. Embora apenas três dos 32 membros atuais da OTAN tenham cumprido essa meta em 2024, a pressão internacional sobre o Brasil para aumentar seus investimentos também persiste. A meta total de gastos de 2% do produto interno bruto (PIB), estipulada pela aliança desde 2006, tem sido uma cobrança crescente, especialmente sob o governo de Donald Trump, que pressionou para que os membros do bloco chegassem a 5% do PIB, um valor bem acima dos investimentos atuais do Brasil.

Os principais projetos de defesa brasileira nos últimos anos incluem a aquisição de caças suecos Saab Gripen, que em 2024 teve um desembolso de R$ 1,5 bilhão, quase R$ 500 milhões a mais do que o previsto inicialmente. Também se destacam o programa de submarinos da Marinha (R$ 960 milhões), o programa de controle do tráfego aéreo da Força Aérea Brasileira (FAB) (R$ 840 milhões), o programa Calha Norte (R$ 720 milhões) e a adoção do cargueiro Embraer KC-390 pela Suécia (R$ 690 milhões).

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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