terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Grupo criminoso faturou R$ 35 milhões com furtos de cargas dos Correios

Operação da Polícia Federal desarticula quadrilha que atuava entre São Paulo e Pará. "Os Correios não toleram fraudes", diz o presidente da empresa

Movimento no Centro de Tratamento de Encomendas dos Correios, em Benfica (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

 A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (18), uma operação para desarticular um esquema criminoso de furtos de cargas e encomendas dos Correios, que causou um prejuízo de R$ 35 milhões aos cofres públicos. O montante corresponde ao valor pago pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos em indenizações a clientes lesados nos últimos cinco anos. A investigação revelou que o grupo atuava principalmente entre os estados do Pará e Maranhão e utilizava uma rede de motoristas terceirizados para executar os crimes. A informação foi divulgada pela CNN Brasil.

A operação resultou na execução de 42 mandados de prisão e 49 mandados de busca e apreensão em diversos municípios paraenses, incluindo Ananindeua, Belém, Benevides, Bragança, Capitão Poço, Castanhal, Marituba, Moju e Igarapé-Açu, além de Maracaçumé, no Maranhão. Entre os alvos estão 29 motoristas e ex-motoristas que prestavam serviços para empresas terceirizadas contratadas pelos Correios e que faziam rotas entre São Paulo e as cidades de Belém e Marabá, no Pará.

De acordo com a PF, os criminosos desenvolveram métodos sofisticados para driblar os sistemas de segurança dos caminhões, violando lacres e desativando alarmes sem deixar rastros. As cargas furtadas eram compostas majoritariamente por eletrônicos de alto valor agregado, como celulares, notebooks, tablets e televisores.

A investigação também revelou um esquema de receptação e distribuição dos produtos roubados, o que levou a operações de busca e apreensão em seis lojas de eletrônicos, além da prisão preventiva de seus proprietários e da suspensão das atividades comerciais desses estabelecimentos. Um dos alvos já havia sido preso em 2021 pelo mesmo crime e, agora, teve duas lojas fechadas pela PF sob suspeita de continuar operando a receptação de cargas furtadas.

Durante a operação, foram apreendidos carros de luxo, eletrônicos diversos, dinheiro em espécie, armas e até um drone. A Justiça Federal também determinou o bloqueio judicial de valores encontrados em contas dos investigados.

O nome da operação, VAR, faz referência ao vocabulário utilizado pelos criminosos, que usavam termos do futebol para se comunicar e despistar as autoridades enquanto realizavam os furtos.

Em 2023, a quadrilha foi responsável pelo extravio de 32 mil objetos, o que gerou um prejuízo de R$ 7,4 milhões em indenizações. Já em 2024, foram 18 mil objetos extraviados, totalizando R$ 4,6 milhões em ressarcimentos pagos pelos Correios.

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, reforçou o compromisso da estatal em combater esse tipo de crime. “Essa operação é um duro golpe contra criminosos que vinham lesando a população e manchando a reputação do serviço postal. Os Correios não toleram fraudes e seguirão firmes no combate a esse tipo de crime, investindo em inteligência e segurança para proteger as encomendas dos brasileiros. Continuaremos combatendo qualquer tipo de fraude com rigor, para garantir um serviço cada vez mais seguro e confiável", declarou.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

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