Jornal parte de premissas falsas para defender a agenda privatista
Líderes de estatais apresentam compromissos de sustentabilidade ao G20 (Foto: Divulgação BNDES)
O editorial do jornal O Globo desta quarta-feira (5) é um exemplo clássico de como narrativas podem ser construídas a partir de premissas falsas para sustentar agendas ideológicas. O texto tenta convencer seus leitores de que existe um "rombo recorde" nas estatais federais, minimizando o fato de que as maiores e mais lucrativas empresas do país — Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras — não foram incluídas nos cálculos.
Essa omissão não é um detalhe insignificante, mas o cerne da manipulação. Excluir empresas que geram bilhões em lucros anuais é uma estratégia para criar a falsa impressão de que o setor público é ineficiente e deficitário. É uma narrativa conveniente para quem defende a privatização selvagem, que transforma patrimônio público em mercadoria a ser entregue ao setor privado, sem considerar o impacto social e estratégico dessas empresas para o Brasil.
O Globo também ignora o papel fundamental que estatais desempenham na economia, na geração de empregos e na prestação de serviços essenciais, especialmente em regiões onde o setor privado não tem interesse em atuar. Empresas como Correios e Infraero não existem para dar lucro a acionistas, mas para garantir a integração nacional e a soberania logística e de comunicações do país.
O editorial ainda desconsidera o histórico recente de privatizações, que frequentemente resultaram em aumento de tarifas, piora na qualidade dos serviços e demissões em massa. O caso das concessões de energia elétrica e telefonia é emblemático: prometeram eficiência e acabaram entregando serviços caros e instáveis.
Por trás da retórica alarmista do Globo está o velho projeto de transferir para o mercado o que é do povo. Em vez de debater soluções para aprimorar a gestão das estatais, o jornal prefere o caminho fácil da venda do patrimônio público, beneficiando interesses privados que pouco se importam com o desenvolvimento nacional.
O Brasil precisa de um debate sério sobre o papel das estatais, baseado em dados concretos e não em ficções criadas para justificar agendas neoliberais.
Fonte: Brasil 247
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