quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Gleisi critica "limpeza étnica" em Gaza e compara Trump a Hitler

Presidente do PT criticou a visão do presidente dos Estados Unidos de tratar o território palestino como "propriedade imobiliária"

Gleisi Hoffmann (Foto: Lula Marques/ABr)

A presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), criticou duramente as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a Faixa de Gaza. Em uma postagem nas redes sociais, Gleisi classificou as falas de Trump como "tristes e desumanas" e afirmou que o plano do republicano de reassentar os palestinos e assumir o controle da região equivale a uma "limpeza étnica semelhante ao que praticou o nazismo de Hitler".

A petista também responsabilizou o governo de extrema direita de Israel pelo que chamou de "guerra de vingança" contra Gaza e criticou a visão de Trump de tratar o território como "propriedade imobiliária". "Mesmo destruída numa guerra de vingança, Gaza não é um lote vago nem pode ser tratada como reles propriedade imobiliária de Trump ou do país que ele governa", escreveu Gleisi.

As críticas da petista surgiram após Trump declarar, em entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que os EUA assumiriam o controle da Faixa de Gaza e criariam uma "Riviera do Oriente Médio". O republicano sugeriu reassentar os mais de dois milhões de palestinos do enclave em outros países, quebrando uma histórica posição diplomática dos EUA sobre o conflito israelense-palestino. "Os EUA tomarão conta da Faixa de Gaza e nós também faremos um trabalho com ela... vamos desenvolvê-la, criar milhares e milhares de empregos, e será algo de que todo o Oriente Médio poderá se orgulhar", disse Trump.

A proposta de Trump gerou forte reação internacional. O presidente Lula (PT) também se manifestou, condenando a ideia de que os EUA possam administrar Gaza após o conflito. Em entrevista a rádios de Minas Gerais, Lula destacou que "quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos" e afirmou que a autonomia da região deve ser preservada.

"Os Estados Unidos participaram e incentivaram tudo que Israel fez na Faixa de Gaza, então não tem sentido o presidente dos Estados Unidos se reunir com o primeiro-ministro de Israel e dizer ‘olha, vamos ocupar Gaza, recuperar Gaza e vamos morar em Gaza’. E os palestinos vão para onde? Onde eles vão viver? Qual o país deles?", questionou Lula, reforçando que "o que aconteceu em Gaza foi um genocídio".

As declarações de Trump foram amplamente criticadas por líderes do Oriente Médio e de outros países. O plano de reassentamento de palestinos e a proposta de transformar Gaza em um polo econômico sob controle norte-americano foram vistas como uma nova afronta à autodeterminação do povo palestino.

Fonte: Brasil 247

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