Projeção caiu de 2,5% para 2,3%, com foco na desaceleração do crescimento e impacto da política externa dos EUA
Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello (Foto: Washington Costa/MF)
O Ministério da Fazenda revisou para baixo a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025, passando de 2,5% para 2,3%. O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país em um ano, e a revisão se deve a fatores internos e externos. O aumento na taxa básica de juros e o cenário conjuntural externo foram destacados no documento "2024 em retrospectiva e o que esperar para 2025", da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda.
"A gente espera uma desaceleração do ritmo de crescimento. Estamos atravessando um ciclo de aumento de juros, que tem impacto no ritmo de atividade", afirmou o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, de acordo com a Folha de S. Paulo. Para o ano de 2025, a Fazenda projeta uma aceleração no setor agropecuário, mas uma redução no desempenho da indústria e dos serviços.
A SPE alerta para os riscos de um "aumento muito acentuado do protecionismo nos EUA", que, se ocorrer, pode levar o Federal Reserve (FED) a interromper o ciclo de redução de juros. Caso isso aconteça, as projeções para o Brasil podem ser revistas.
Nesta quinta-feira (13), o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou em sua rede social Truth Social que as últimas três semanas foram as melhores, mas que esta quinta promete ser um "grande dia" devido às tarifas recíprocas que pretende implementar. A medida afetaria países que aplicam taxas sobre importações dos EUA.
Quanto à inflação, a previsão da Fazenda é que a meta seja novamente descumprida, com uma alta de 4,8% nos preços, conforme medido pelo IPCA. Esse resultado seria equivalente ao índice registrado em 2024.
Apesar de o indicador superar a meta, a Fazenda acredita que os preços de alimentos devem cair neste ano. "Os preços de carnes tendem a desacelerar até o final do ano, menos impactados pela reversão no ciclo de abate do gado e pelo avanço das exportações", observa o documento. Também há perspectivas favoráveis para o arroz, feijão, alimentos in natura e derivados de soja e leite, devido às boas expectativas para o clima e para a produção agrícola em 2025.
Ainda conforme a reportagem, a Fazenda prevê um aumento nos preços de trigo e derivados, em razão de uma colheita baixa no ano passado. Mello ainda ponderou que "a taxa de câmbio utilizada foi a do Focus, de R$ 6 para cada dólar. Caso o câmbio mais apreciado [se mantenha], em R$ 5,73, isso terá impacto no nosso cenário inflacionário". "Nossa safra mais forte e a produção maior de petróleo também devem impactar [no câmbio]".
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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