Almirante Almir Garnier Santos, segundo investigações, foi o único comandante das Forças Armadas que teria aceitado aderir ao golpe
A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 24 militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado abalou a cúpula das Forças Armadas, mas um nome em especial tem chamado a atenção pelo impacto emocional diante das acusações: o almirante Almir Garnier Santos. Segundo informações de integrantes da caserna, relata Bela Megale, do jornal O Globo, o ex-comandante da Marinha demonstra elevado grau de "estresse" e crescente temor de ser preso desde que seu nome apareceu entre os investigados e, depois, na lista de denunciados, nesta terça-feira (18).
A apuração da Polícia Federal aponta Garnier como o único comandante das Forças Armadas que teria aceitado aderir ao plano golpista discutido com Jair Bolsonaro (PL) após a derrota do ex-presidente para o presidente Lula (PT). De acordo com a investigação, em uma reunião decisiva com Bolsonaro, Garnier teria afirmado que colocaria as tropas da Marinha "à disposição", sinalizando seu apoio ao movimento que buscava invalidar o resultado das eleições de 2022.
O indiciamento do ex-comandante veio no mesmo pacote de denúncias que envolve Bolsonaro e figuras centrais do governo anterior, como o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e apontado como uma das lideranças da articulação golpista. Outro nome de peso na lista da PGR é o do ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, além de outros altos oficiais militares.
Com a denúncia formalizada, Garnier tem evitado aparições públicas e, segundo relatos, demonstra crescente inquietação nos bastidores. Para aliados, ele expressa preocupação com os desdobramentos do processo e teme uma eventual prisão preventiva, algo que já ocorreu com figuras ligadas ao governo Bolsonaro investigadas por conspiração contra a democracia.
A PGR e a Polícia Federal sustentam que o plano de golpe contava com respaldo de setores estratégicos das Forças Armadas, mas não encontrou consenso entre os comandantes das três forças. Garnier, no entanto, aparece como uma peça-chave no caso, dada sua disposição em mobilizar a estrutura militar sob seu comando.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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