Delação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro aponta que parlamentar apresentou a ideia ao ex-mandatário
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou em sua delação premiada à Polícia Federal que o senador bolsonarista Luiz Carlos Heinze (PP-RS) sugeriu que o Exército pegasse uma urna eletrônica sem autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o depoimento do militar, prestado no âmbito do inquérito do golpe, a proposta chegou a ser apresentada ao então mandatário.
De acordo com a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, a delação de Cid sustenta que o parlamentar “usava um documento do Ministério Público Militar que dizia que, como o país estava em GLO [Garantia da Lei e da Ordem], para garantia das eleições, entendia que as Forças Armadas poderiam pegar uma, sem autorização do TSE ou qualquer instância judicial, para realizar testes de integridade”.
Ainda de acordo com a reportagem, o ex-ajudante de ordens também declarou que o senador pediu que a sugestão fosse levada ao então ministro da Defesa, Walter Braga Netto. No entanto, segundo Cid, Bolsonaro não deu andamento à proposta.
Heinze se aproximou de Bolsonaro durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, na qual defendeu o governo em meio às investigações sobre erros e omissões na gestão da pandemia. O senador fazia parte da base aliada do ex-presidente.
Procurada, a assessoria de Heinze negou as acusações e afirmou que deverá ingressar com uma ação por calúnia e difamação contra Mauro Cid.
Leia a íntegra da nota:
"Em nenhum momento cogitei, afirmei ou mesmo pensei em sequestrar ou confiscar uma urna eletrônica. Todo aquele que afirmar algo nessa direção está faltando com a verdade e será processado por calúnia e difamação.
As ações que empreendi após as eleições de 2022 são de domínio público e estão devidamente documentadas, não se baseiam em conjecturas ou delações. Diante das dúvidas em relação ao escrutínio e atendendo aos apelos por esclarecimentos dos meus eleitores, recorri aos mecanismos legais disponíveis, buscando a intervenção do Estado para a realização de uma investigação imparcial. Essa atitude está alinhada às responsabilidades inerentes à minha função pública e constitui um exercício legítimo do meu dever de fiscalização."
Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles
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