A parlamentar comentou sobre as apurações feitas pela CPMI dos Atos Golpistas
Eliziane Gama (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) rebateu o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), após ele afirmar que não houve tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.
"Como relatora da CPMI, posso atestar: após cinco meses de investigação, de receber centenas de documentos e de ouvir dezenas de testemunhas, houve tentativa de golpe. O responsável por liderar esses ataques tem nome e sobrenome. É Jair Messias Bolsonaro. Quem tiver dúvida, faço um convite para ler detidamente o relatório da comissão de inquérito, com suas mil páginas, aprovado por deputados e senadores", acrescentou.
A CPMI dos Atos Golpistas aprovou seu relatório final em outubro de 2023, quando pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre elas Jair Bolsonaro, acusado de quatro crimes - associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa violenta de depor governo legitimamente constituído (golpe de Estado) e emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos.
O Supremo Tribunal Federal já emitiu 371 condenações no inquérito dos atos golpistas. Novos julgamentos acontecerão. Em 8 de janeiro de 2023, bolsonaristas invadiram as estruturas do STF, do Congresso e do Planalto, em Brasília, num protesto antidemocrático, contra a vitória de Lula (PT) em 2022.
Em entrevista à Arapuan FM, de João Pessoa (PB), o atual presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmou que as mobilizações terroristas de 8 de janeiro de 2023 “foram uma agressão às instituições”, mas relativizou a tentativa de ruptura institucional.
“Querer dizer que foi um golpe... Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, apoio de outras instituições, como as Forças Armadas. Não teve. Ali foram vândalos, baderneiros inconformados com o resultado da eleição, demonstrando revolta. O Brasil foi muito feliz na resposta”, declarou.
A Polícia Federal indiciou Bolsonaro e mais de 30 pessoas no inquérito da trama golpista, entre elas ex-ministros como Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Defesa) e Paulo Sérgio Oliveira (Defesa).
A PF disse que os participantes do esquema chegaram a discutir o assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
A Procuradoria-Geral da República analisa os casos e, se optar pela denúncia, encaminhará as investigações ao STF. Comandada por Paulo Gonet, a PGR deve se manifestar sobre o inquérito este ano.
Fonte: Brasil 247
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