Safra recorde de 325,7 milhões de toneladas deve garantir oferta interna e conter alta dos preços dos alimentos
Milho (Foto: REUTERS/Nacho Doce)
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um crescimento de 9,4% na produção agrícola brasileira em 2025, com a colheita estimada em 325,7 milhões de toneladas de grãos. O aumento se deve à ampliação da área plantada, que chega a 81,6 milhões de hectares, e à recuperação da produtividade média das lavouras. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (13) no 5º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 da estatal.
O governo vê na “supersafra” um fator decisivo para conter a inflação dos alimentos e garantir o abastecimento do mercado interno. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), celebrou os números. “Grande notícia! A safra recorde será ainda maior do que o esperado!”, declarou nas redes sociais.
◎ Expansão do milho e da soja impulsiona crescimento - O milho e a soja são os principais responsáveis pelo salto na produção. A expectativa da Conab é que o milho alcance 122 milhões de toneladas, uma alta de 5,5% em relação ao ciclo anterior. A colheita da primeira safra já chega a 13,3% da área plantada, mesmo com uma redução de 6,6% na área semeada. O ganho de produtividade, que subiu 9,9% na comparação anual, deve garantir uma colheita de 23,6 milhões de toneladas no primeiro ciclo. Para a segunda safra, a área plantada deve crescer 2,4%, impulsionando a produção para 96 milhões de toneladas.
A soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, também registra bons números. Com 14,8% da área já colhida, a Conab projeta uma produção de 166 milhões de toneladas, um aumento de 18,3 milhões de toneladas em relação à safra anterior. As condições climáticas favoreceram a cultura em estados como Paraná, Santa Catarina e no Centro-Oeste, embora Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul tenham registrado restrição hídrica desde dezembro.
◎ Demais culturas e impacto econômico - O arroz, com a semeadura praticamente concluída, deve atingir 1,7 milhão de hectares, uma expansão de 6,4% sobre a safra anterior. A expectativa é de uma colheita de 11,8 milhões de toneladas, aumento de 11,4% no comparativo anual. No entanto, a redução hídrica dos reservatórios preocupa os produtores do Rio Grande do Sul, maior estado produtor do cereal.
O feijão também apresenta crescimento, com uma colheita projetada em 3,3 milhões de toneladas somando as três safras. Já o algodão deve alcançar um recorde de 3,8 milhões de toneladas de pluma, impulsionado por um crescimento de 4,8% na área plantada. No caso do trigo, as previsões indicam uma produção de 9,1 milhões de toneladas, com o plantio iniciando em abril no Paraná e em maio no Rio Grande do Sul, responsáveis por 80% da colheita do cereal no país.
Com a expectativa de oferta ampliada, o governo aposta que a safra recorde contribuirá para a estabilidade dos preços dos alimentos, ajudando a conter a inflação. O milho, por exemplo, deve ter uma demanda interna de 86,9 milhões de toneladas, mas a Conab prevê uma leve queda nas exportações devido ao aumento do consumo doméstico, que reduz a disponibilidade do cereal no mercado externo. A estimativa é que sejam embarcadas 34 milhões de toneladas na safra 2024/25.
Para o arroz, a maior produção garante o abastecimento interno e permite um aumento nas exportações, estimadas em 2 milhões de toneladas. A aposta do governo é que essa maior oferta de grãos resulte em preços mais acessíveis para a população e reduza a pressão inflacionária, consolidando o impacto positivo da “supersafra” na economia brasileira.
Fonte: Brasil 247
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