domingo, 2 de fevereiro de 2025

China condena tarifas dos EUA e promete retaliação na OMC

Medida dos Estados Unidos viola regras da OMC e pode prejudicar cooperação internacional no combate ao tráfico de drogas, alerta governo chinês

Donald Trump, dos Estados Unidos, e Xi Jiping, da China (Foto: REUTERS / KEVIN LAMARQUE)

O governo da China manifestou dura oposição à decisão dos Estados Unidos de impor tarifas adicionais sobre produtos chineses. Em declaração oficial divulgada no domingo, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que o país “condena firmemente” a medida e adotará contramedidas necessárias para defender seus direitos e interesses. As informações são do Global Times.

“A posição da China é firme e consistente. Guerras comerciais e tarifárias não têm vencedores. O aumento unilateral de tarifas pelos EUA viola gravemente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), não resolve os problemas internos dos Estados Unidos e, mais importante, não beneficia nenhuma das partes, muito menos o mundo”, destacou o ministério.

Além das críticas à política tarifária, a China destacou o impacto negativo da decisão na cooperação internacional, especialmente no combate ao tráfico de drogas. O governo chinês ressaltou que possui uma das políticas mais rigorosas de controle de entorpecentes do mundo e que a crise do fentanil é um problema interno dos EUA.

“Em um espírito humanitário, a China apoiou os esforços dos EUA para enfrentar a crise do fentanil. A pedido dos Estados Unidos, fomos o primeiro país a listar oficialmente toda a classe de substâncias relacionadas ao fentanil em 2019. A cooperação antidrogas entre os dois países gerou resultados notáveis, amplamente reconhecidos internacionalmente”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.

O ministério enfatizou que os Estados Unidos deveriam lidar com sua crise de fentanil de forma objetiva e racional, em vez de utilizar tarifas como forma de pressionar outras nações. Segundo o governo chinês, medidas tarifárias adicionais prejudicam a cooperação no combate às drogas e minam a confiança entre os dois países.

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou no sábado uma ordem executiva impondo uma tarifa de 10% sobre produtos importados da China, além de tarifas de 25% sobre bens provenientes do México e do Canadá.

Em resposta, o Ministério do Comércio da China (MOFCOM) anunciou que o país entrará com uma ação na OMC contra as práticas dos Estados Unidos e tomará contramedidas correspondentes para proteger seus direitos e interesses. “A China está profundamente insatisfeita e se opõe firmemente às tarifas impostas pelos EUA sobre produtos chineses”, declarou o MOFCOM.

O ministério destacou que a imposição unilateral de tarifas pelos Estados Unidos não contribui para a resolução de seus próprios problemas, além de prejudicar a cooperação econômica e comercial normal entre os dois países. “Esperamos que os EUA encarem e resolvam suas questões internas de forma objetiva e racional, em vez de usar tarifas como medida coercitiva contra outras nações”, acrescentou o MOFCOM.

O Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT) também manifestou “profundo pesar e forte oposição” à decisão dos EUA. Em comunicado divulgado no domingo à noite, a entidade afirmou que o aumento unilateral de tarifas viola gravemente as regras da OMC, transfere os custos para empresas e consumidores norte-americanos e compromete a estabilidade da cadeia global de suprimentos.

“Não há vencedores em guerras comerciais e tarifárias. Apelamos para que os Estados Unidos cessem suas ações equivocadas e colaborem com outras nações para promover a estabilidade econômica global e o crescimento, injetando energia positiva no desenvolvimento da economia mundial”, concluiu o CCPIT.

Fonte: Brasil 247 com informações do Global Times

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