sábado, 22 de fevereiro de 2025

Carlos Fávaro cobra Congresso e defende governo na crise do Plano Safra

Ministro diz que bancada ruralista deveria pressionar pela aprovação do orçamento e garante que governo Lula busca solução para retomada do programa

Carlos Fávaro (Foto: Mapa)

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, atribuiu ao Congresso parte da responsabilidade pela suspensão das linhas subsidiadas do Plano Safra 2024/2025. Em entrevista à CNN Brasil, ele criticou a atuação da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), afirmando que a bancada deveria trabalhar para viabilizar a aprovação do orçamento em vez de atuar como oposição ao governo.

"Nós estamos desde o final do ano com o orçamento sem ser votado e estamos tocando com 1/12 avos do que é necessário. O governo, por determinação do presidente Lula (PT), não vai parar o Plano Safra. A gente hoje vive uma intolerância por parte do Congresso, principalmente da bancada do agro, que, se estivesse pressionando pela votação do orçamento, não estaríamos passando por isso hoje", declarou Fávaro.

A decisão do governo federal de suspender as linhas subsidiadas do Plano Safra decorre da falta de recursos para cobrir a equalização das taxas de juros, impactadas pela alta da Selic. O corte atinge todas as modalidades do programa, exceto as destinadas ao custeio da agricultura familiar via Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

O custo da equalização aumentou porque, desde setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vem elevando a taxa básica de juros, que já está em 13,25% ao ano e pode chegar a 14,25% ao ano. Diante desse cenário, Fávaro reforçou que o governo busca uma solução e afirmou que nenhum produtor rural será prejudicado.

"Qual foi o prejuízo ao produtor? Nenhum. Não vi uma reação [da FPA] em 2022, quando nós ficamos três meses sem Plano Safra. Você viu a Frente do Agro reconhecer quando lançamos um dos maiores Plano Safra da história? Isso serve de alerta para a sociedade cobrar o Congresso", disse o ministro.

Apesar das críticas ao Congresso e à bancada ruralista, Fávaro demonstrou confiança na rápida votação do orçamento para garantir a retomada do programa. Segundo ele, o governo já esperava que houvesse uma interrupção, mas optou por não comunicar o setor antes porque estava preparado para reagir.

A suspensão do Plano Safra ocorre em um momento sensível para o agronegócio, que enfrenta desafios relacionados ao crédito rural e às condições de financiamento. Resta agora acompanhar o desdobramento das negociações no Congresso e a posição da FPA diante do impasse.

Fonte: Brasil 247

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