Jornalista do ICL agrediu o 247 e poderá esclarecer suas denúncias; notificação é ato preparatório para ação criminal
Fábio Pannunzio e Leandro Demori (Foto: Reprodução/YouTube/ICL Noticias Cortes [Oficial])
O departamento jurídico da Editora 247 LTDA. notificou extrajudicialmente o jornalista Leandro Demori que, nesta quinta-feira (13), durante programa informativo conduzido ao vivo no canal de YouTube do Instituto Conhecimento Liberta (ICL), acusou o Brasil 247 de se posicionar contrariamente ao Projeto de Lei nº 2.630/2020 por receber valores do Google.
A notificação narra que, ao ser indagado pelo também jornalista Fábio Pannunzio sobre “sites importantes aí da esquerda que acabaram trabalhando para o Google”, Demori acusou o 247: “então esse lobby que eles fizeram na época para não ter regulação de internet no Brasil (...) E botaram dinheiro na mão de sites progressistas, um deles foi o Brasil 247, né? Não gostaram na época que a gente falou isso, pode continuar não gostando, e vai depois desgostar de novo, e a vida que segue! Não tem problema nenhum! Receberam dinheiro do Google e acabaram defendendo uma pauta que é contra o Brasil, gente!”.
A Editora 247 LTDA. diz que Demori, “de forma totalmente irresponsável, pretende fazer crer, aos seus leitores, que o Brasil 247 estaria recebendo verbas de forma ilícita e, com isso, praticando crime – fato este que, se confirmado, poderia ser configurado como calúnia e difamação”.
“O Notificado ultrapassa o limite da opinião e parte para a declaração direta de opinião própria, ofensiva e sem lastro algum em elementos fáticos, com a clara intenção de atacar e macular a honra objetiva, o bom nome e o respeito social do Brasil 247”, diz ainda o documento.
Diante dos ataques, o Brasil 247 cobra, por meio da notificação, que Demori esclareça em até 48 horas, sob pena de tomada de todas as medidas judiciais cabíveis, inclusive criminais:
- V. Sa., em respeito ao contraditório, em algum momento tentou contato com o jornal Brasil 247 após as falas supracitadas?
- Em que momento teria o jornal Brasil 247 admitido que recebeu valores para defender interesses legislativos do Google? Se assim o fez, em qual de seus veículos de comunicação tal mensagem foi transmitida?
- O que comprova que o Google teria feito lobby para que o Brasil 247 aderisse a seus interesses legislativos?
- O programa “Google destaques”, criado em 2021, no qual participam cerca de 175 veículos de comunicação, dentre os quais diversos do campo progressista (Opera Mundi, Jornal GGN, DCM, Revista Fórum, Brasil de Fato, Carta Capital, etc.), seria o motivo das afirmações do Notificado? Os demais veículos que, eventualmente, tenham se posicionado de forma contrária ao PL 2.630/20 e que façam parte do “Google destaques”, também teriam recebido valores do Google para agir de tal maneira? Se sim, o Notificado consegue provar suas alegações? Adicionalmente, quais outros veículos, portanto, são pagos pelo Google para se posicionarem contrariamente ao PL 2.630/20?
- O que, objetivamente, comprova a afirmação do Notificado no sentido de que o Brasil 247 recebeu “dinheiro do Google” e acabou “defendendo uma pauta que é contra o Brasil”?
- O que, objetivamente, prova para o Notificado que eventuais valores recebidos por força do programa “Google destaques” estejam vinculados à pauta do PL 2.630/20?
- O Notificado possui ciência de que, durante as discussões do PL 2.630/20 em 2023, dezenas de reportagens favoráveis ao PL 2.630/20 foram publicadas no jornal Brasil 247?
- Os jornalistas do Brasil 247 que se posicionaram contra aspectos do PL 2.630/20 também receberam valores do Google? Se sim, quais? Adicionalmente, jornalistas de outros veículos que também se posicionaram contra aspectos do PL 2.630/20 também teriam vendido opiniões ao interesse do Google?
- O notificado, por ser empregado público, teve seu posicionamento crítico comprometido por receber valores da União? Se positivo, foi com base na experiência pessoal do Notificado que as alegações falaciosas movidas contra o Brasil 247 foram propaladas?
- É coerente defender um projeto de lei voltado ao combate às fake news propalando fake news?
Fonte: Brasil 247
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