quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Bolsonaro pressionou ministro da Defesa para produzir relatório que apontasse fraude nas urnas, diz Cid

Na época, os técnicos das Forças Armadas não haviam encontrado qualquer irregularidade no sistema eletrônico de votação

Jair Bolsonaro - 25/11/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Em depoimento dado como parte do acordo de delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que Jair Bolsonaro pressionou o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira a produzir um relatório que apontasse suposta fraude nas urnas eletrônicas nas eleições de 2022.

Na época, os técnicos das Forças Armadas não encontraram qualquer irregularidade no sistema eletrônico de votação. Bolsonaro, no entanto, não queria que essa informação fosse registrada no relatório oficial.

“A conclusão dele (do general Paulo Sérgio) ia ser isso (de que não houve fraude). Aí o presidente estava pressionando para que ele escrevesse isso de outra forma, né? Na verdade, o presidente queria que ele escrevesse que houve fraude. Então, foi feita uma construção, uma discussão. E o que acabou dando foi que não se poderia comprovar porque não era possível de auditar”, informou Cid.

Em audiência, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), questionou o ex-ajudante de ordens se Nogueira foi "proibido" pelo ex-mandatário de "mostrar laudo de que não havia problema". Em resposta, Cid afirmou: “O que aconteceu foi exatamente isso.”

O Ministério da Defesa enviou o relatório ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em novembro de 2022. Apesar das expectativas do entorno bolsonarista, o documento não apontou falhas nas urnas, "mas também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência".

Fonte: Brasil 247

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