Bolsonaro defende redução do tempo de inelegibilidade e diz que Lei da Ficha Limpa 'só serve para perseguir a direita'

Inelegível, ex-mandatário defende redução do tempo de inelegibilidade previsto pela Lei da Ficha Limpa de oito para dois anos

Jair Bolsonaro durante participação em evento em Goiânia, 04/04/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Jair Bolsonaro (PL) criticou a Lei da Ficha Limpa, afirmando que ela serve atualmente para "perseguir a direita". Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Bolsonaro, que havia votado a favor da proposta em 2010, questionou o tempo de inelegibilidade de oito anos estipulado pela lei, argumentando que a medida não é justa e só seria aplicada para prejudicar políticos alinhados à direita.

"Você sabia que Luciano Huck está inelegível? Até isso fizeram uma medida preventiva, tornando o Luciano Huck, um empresário conhecido por todos vocês, inelegível por 8 anos, para que ele, então, nem sonhasse disputar uma vaga para o Senado, uma vice-presidência da República ou a presidência da República. Ou seja, repito, a lei da Ficha Limpa serve apenas para isso: perseguir a direita", diz o ex-mandatário no vídeo, de acordo com a coluna Sonar, do jornal O Globo.

Bolsonaro também citou o impeachment de Dilma Rousseff (PT), que, segundo ele, não perdeu seus direitos políticos, e as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foram anuladas, como exemplos para defender a redução do tempo de inelegibilidade. Bolsonaro defende que a inelegibilidade seja reduzida para dois anos, o que permitiria a sua candidatura nas eleições presidenciais de 2026. "Acho que está explicado, estamos trabalhando para esse limite de elegibilidade, aí sim, eu poderia disputar as eleições em 26. E você vai decidir se vai votar em mim ou não", destacou.

A proposta para a alteração da Lei da Ficha Limpa está em discussão na Câmara dos Deputados, por meio de um projeto de lei do bolsonarista Bibo Nunes (PL-RS), e já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sob a relatoria do deputado Filipe Barros (PL-PR). O projeto defende que o período de inelegibilidade seja reduzido para dois anos, considerando que o próprio período eleitoral em que o candidato concorre já seria suficiente para a sua inelegibilidade e não dois períodos como previsto em Lei.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo