quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Base governista na Câmara rejeita anistia e pede punição de Bolsonaro por tentativa de golpe

Deputados do PT, Psol e PCdoB pedem julgamento rigoroso ao ex-presidente após denúncia apresentada pela PGR ao STF

Deputados e senadores da esquerda durante coletiva à imprensa (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Deputados da base aliada do governo defenderam, nesta quarta-feira (18), a punição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes como golpe de Estado e organização criminosa. Em coletiva à imprensa no Congresso Nacional, os parlamentares destacaram a gravidade da denúncia apresentada na terça-feira (17) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e rejeitaram propostas de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

A denúncia, que acusa Bolsonaro e mais 33 pessoas de liderarem uma tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), detalha planos para minar a democracia. Entre as acusações mais graves estão a neutralização do Supremo Tribunal Federal (STF) e um plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

◎ "Página triste da história", diz base governista - O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), classificou a denúncia como uma das páginas mais tristes da história do país. "Não resta dúvida de que o ex-presidente Jair Bolsonaro participou de tudo", afirmou. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), ressaltou a gravidade das acusações, especialmente o plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes. "Ele acordou com isso. Estamos diante de um fato muito grave contra a democracia e o Estado Democrático de Direito", disse.

A líder do Psol, deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), enfatizou a importância de todos os brasileiros conhecerem os detalhes da denúncia. "Trata-se do bem mais precioso do país, a democracia. Tentativa de golpe é crime, e a denúncia comprova a responsabilidade do ex-presidente", afirmou.

◎ Fortalecimento da democracia e rejeição à anistia - O líder do PCdoB, deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), defendeu que a sociedade apoie o STF para um julgamento justo. "Enfrente as questões com as medidas e as punições ao alcance de cada crime, seja contra quem for", disse. Ele destacou que a experiência pode fortalecer a democracia brasileira.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi enfática ao criticar propostas de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. "Pensar em anistia é um contrassenso diante dessa realidade. Consciência democrática não se fortalece perdoando crimes, mas resgatando a memória e garantindo que os responsáveis sejam punidos", afirmou.

◎ Próximos passos - A denúncia será julgada pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Se aceita, Bolsonaro e os demais acusados se tornarão réus e responderão a um processo penal no Supremo. Ainda não há data definida para o julgamento.

[Com informações da Agência Câmara de Notícias]

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