Outro lado: Roberto Beijato Junior, advogado e coordenador legislativo do vereador bolsonarista, diz ser vítima de estelionatário que teria usado seu nome
Lucas Pavanato (Foto: Reprodução)
O coordenador legislativo do vereador bolsonarista Lucas Pavanato (PL), eleito em 2024 com a maior votação da cidade de São Paulo, é investigado pela Polícia Civil de SP por suposta participação em um caso de falsificação de documentos. Roberto Beijato Junior, professor de direito da PUC-SP e advogado, teria sido envolvido na falsificação de um despacho judicial em benefício de um ex-cliente, Diego Kós Miranda, atualmente preso por outros crimes. Beijato nega veementemente as acusações e afirma ser vítima de um golpe.
O caso remonta ao ano passado, quando a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o uso de documento falso. De acordo com a investigação, um despacho com o timbre do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), aparentemente assinado pelo desembargador Paulo Alcides, teria sido enviado por Beijato para veículos de imprensa do norte do País. A decisão forjada determinava a remoção de conteúdos jornalísticos sobre Diego Kós Miranda, ex-cartorário e ex-cliente de Beijato. O objetivo, segundo a polícia, seria censurar as publicações.
A portaria da Polícia Civil, publicada em 4 de outubro de 2024, detalha que o suposto despacho foi enviado por e-mail a uma advogada, mas não foi localizado no sistema do TJSP, levantando suspeitas de falsificação. O inquérito apura o crime de uso de documento falso, previsto no artigo 304 do Código Penal Brasileiro (CPB), sem descartar a possibilidade de outras infrações penais.
☉ Beijato nega envolvimento e alega ser vítima de golpe - À reportagem do Brasil 247, Roberto Beijato Junior afirmou que não tem "absolutamente nada a ver com os fatos" e pediu que os autos do processo fossem verificados. Ele atribuiu a falsificação a Diego Kós Miranda, seu ex-cliente. Beijato explicou que o e-mail utilizado para enviar o documento falso, "advrobertobeijatosp@outlook.com", nunca foi criado ou utilizado por ele. "O único e-mail que sempre usei para assuntos profissionais há mais de 10 anos é o endereço 'rbeijato@aasp.org.br'", destacou.
O advogado também ressaltou que Diego Kós Miranda é um "estelionatário contumaz" e que, inclusive, já foi vítima dele no passado, por não ter recebido pagamento por serviços prestados. Beijato reforçou sua reputação como professor da PUC-SP e do IBMEC, além de advogado há quase 11 anos, sem qualquer registro de irregularidades em sua carreira. Ele ressaltou, ainda, que está elaborando um boletim de ocorrência contra Miranda devido ao atual inquérito.
☉ Assessoria de Pavanato defende Beijato e minimiza investigação - A assessoria de imprensa do vereador Lucas Pavanato emitiu uma nota afirmando que Beijato "não é investigado, consta apenas como averiguado no processo" e que ele foi vítima de um golpe. "O criminoso está preso por outros crimes semelhantes, inclusive", disse a nota. A assessoria ainda alertou que, em caso de "qualquer tipo de calúnia", Beijato recorrerá à Justiça para ser indenizado.
☉ Diego Kós Miranda: histórico e prisão - Diego Kós Miranda, o ex-cliente de Beijato, foi preso em novembro de 2024 no Rio de Janeiro, acusado de aplicar golpes que podem chegar a R$ 30 milhões em prejuízos a instituições financeiras, de acordo com reportagem do g1. Segundo o Ministério Público do Pará (MPPA), ele é denunciado em três ações penais por crimes como associação criminosa, falsificação de documento público e corrupção ativa. Miranda também é suspeito de abrir empresas de alto padrão para obter empréstimos bancários com documentos falsos.
A prisão ocorreu após uma investigação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que identificou a falsificação de certidões públicas usadas para fraudar instituições como o Banco da Amazônia (Basa) e o Sicoob. Preso no RJ no dia 26 de novembro, Miranda foi transferido a Belém no início de dezembro do ano passado.
Fonte: Brasil 247
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