segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Após minimizar o 8 de janeiro, Hugo Motta quer ‘mudar de agenda’

Presidente da Câmara quer evitar novas polêmicas sobre o 8 de janeiro e votação do projeto de anistia aos golpistas deve ficar para o segundo semestre

Brasília (DF) 04/02/2025 Presidente da Câmara dos Deputados deputado, Hugo Motta, durante entrevista a uma emissora de TV. Foto Lula Marques/ Agência Brasil (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem buscado encerrar a polêmica gerada por suas declarações sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, e mudar a agenda atual do debate político.

Em entrevista a uma rádio paraibana na última sexta-feira, Motta afirmou que os eventos não configuraram uma tentativa de golpe. "O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe... Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso", declarou.

A manifestação gerou desconforto nos meios políticos e jurídicos, levando o presidente da Câmara a buscar interlocutores nos últimos dias para esclarecer sua posição. Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, pessoas ligadas a Motta dizem que ele não se arrependeu do conteúdo de suas palavras, mas considera que se pronunciou prematuramente sobre o tema.

A declaração surge após um período de cerca de 100 dias em que Motta conseguiu evitar posicionamentos públicos sobre os acontecimentos de 8 de janeiro durante sua campanha à presidência da Casa. O tema é especialmente sensível porque divide opiniões entre aqueles que, como a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes, classificam os atos como tentativa de golpe, e outros, principalmente ligados ao campo bolsonarista, que os consideram como manifestações que saíram do controle.

Quanto ao projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, Motta confirma a intenção de pautá-lo, mas sem previsão para o primeiro semestre de 2024. A indefinição do cronograma reflete também o cenário político atual, já que mesmo parlamentares alinhados a Jair Bolsonaro (PL) avaliam que é necessário mais tempo para garantir a aprovação da matéria.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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