quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Ao lado de Netanyahu, Trump radicaliza e fala em 'tomar a Faixa de Gaza': 'seremos seus donos'

O presidente norte-americano defendeu o genocídio cometido por Israel no território palestino e afirmou ser necessário 'desmantelar bombas perigosas'

Donald Trump (à esq.) e Benjamin Netanyahu (Foto: Kevin Lamarque / Reuters)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), afirmou nesta terça-feira (4) que tropas norte-americanas podem tomar o controle da Faixa de Gaza. O político de extrema direita se encontrou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, denunciado na Corte Internacional de Justiça pelo crime de genocídio no território palestino.

"Se for necessário, faremos isso", assegurou Donald Trump ao ser questionado se o governo americano pode enviar um contingente militar para a região como parte de seu declarado objetivo de "tomar" o enclave. "Os EUA tomarão a Faixa de Gaza, e nós também faremos um trabalho lá. Seremos seus donos. E seremos responsáveis por desmantelar todas as bombas perigosas não detonadas e outras armas que existem nesse lugar".

Mais de 55 mil pessoas morreram em Gaza desde outubro de 2023, informou a Agência Central de Estatísticas Palestina. Cerca de 45,5 mil palestinos - mais da metade mulheres e menores - foram mortos e outros 11 mil estão desaparecidos, anunciou a agência, mencionando estatístias do Ministério da Saúde palestino.

Prédios destruídos no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza
Prédios destruídos no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza. Foto: Mahmoud Issa / Reuters

Autoridades jurídicas da África do Sul denunciaram Israel na Corte Internacional de Justiça pelo crime de genocídio, mas a medida não surtiu efeito. Políticos de várias nações e ativistas passaram a cobrar cada vez mais nos últimos meses a prisão de Netanyahu.

Historicamente, Israel tem os Estados Unidos como aliados. Em 2024, antes do governo Trump, um grupo de 12 senadores republicanos sionistas dos EUA ameaçou o promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, caso o primeiro-ministro fosse preso.

Em janeiro, Israel e o Hamas anunciaram um cessar-fogo de 42 dias e declararam a intenção de encerrar definitivamente as hostilidades. A primeira fase do acordo prevê uma troca parcial de prisioneiros, a retirada das tropas israelenses para as fronteiras de Gaza e a entrada de ajuda humanitária. A segunda e a terceira fases ainda precisam ser acordadas.

Com o atual presidente norte-americano, o primeiro-ministro deve receber ainda mais apoio contra países como Irã, Líbano e Cisjordânia, três nações envolvidas nos conflitos ao longo dos últimos 16 meses, diante da ampliação das ofensivas das tropas israelenses. E milhares de inocentes tentam sobreviver em meio a vários crimes de uma guerra que parece não ter fim.

Fonte: Brasil 247

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