quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

'Vou comprar umas armas', diz 'viking' da invasão ao Capitólio após receber perdão de Trump

Chansley, que ficou famoso por aparecer sem camisa, com o rosto pintado nas cores da bandeira americana e usando um chapéu com chifres

(Foto: reprodução)

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em seu retorno à Casa Branca, concedeu um amplo perdão presidencial a mais de 1.500 pessoas condenadas ou investigadas pela invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A decisão foi confirmada na última segunda-feira (20) e incluiu figuras emblemáticas como Jacob Chansley, conhecido como o "viking" do ataque. A informação foi publicada originalmente pelo G1.

Chansley, que ficou famoso por aparecer sem camisa, com o rosto pintado nas cores da bandeira americana e usando um chapéu com chifres, comemorou o perdão de forma provocativa em suas redes sociais: “Acabei de receber a notícia do meu advogado, eu fui perdoado. Obrigado, presidente Trump. Agora vou comprar algumas armas”. Ele acrescentou: “Os manifestantes de 6 de janeiro estão sendo soltos e a justiça chegou”.

◎ Controvérsia sobre o perdão presidencial

O perdão em massa, que abrange todos os crimes relacionados à invasão ao Capitólio entre 6 e 20 de janeiro de 2021, incluiu Stewart Rhodes, ex-líder da milícia Oath Keepers, e Enrique Tarrio, ex-líder do grupo supremacista Proud Boys. Ambos já cumpriam penas por seus papéis no ataque.

Especialistas afirmam que a medida fortalece grupos extremistas que defendem abertamente a violência política e consolida a narrativa de Trump de que os invasores eram “reféns” do sistema. Pesquisas apontam que 58% dos norte-americanos desaprovam o perdão, segundo levantamento Reuters/Ipsos.

“Esses perdões fazem parte de uma estratégia para reescrever a história sobre o ataque ao Capitólio, um dos episódios mais sombrios da democracia norte-americana. Isso pode ter consequências graves para o futuro político do país”, destacou o analista político Robert Gaines.

◎ Trajetória de Jacob Chansley

Sentenciado a 41 meses de prisão federal em novembro de 2021, Chansley já havia sido liberado em março de 2023 para cumprir o restante da pena em um centro de reintegração social no Arizona. Ele passou 27 meses encarcerado, dos quais 10 em regime de solitária.

O perdão foi recebido com entusiasmo por apoiadores de Trump e críticas veementes por parte de opositores. "O que Trump está fazendo é capacitar ainda mais os extremistas, enfraquecendo a democracia", afirmou a congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez.

◎ Implicações para a democracia

A invasão ao Capitólio, que resultou em cinco mortes, continua a ser um marco de instabilidade política nos EUA. A decisão de Trump é vista como parte de uma guerra de narrativas que busca minimizar o impacto do ataque e reposicionar os envolvidos como “vítimas” de um sistema supostamente injusto.

Enquanto isso, especialistas alertam para o impacto do perdão em massa na segurança nacional e no fortalecimento de grupos extremistas como os Proud Boys. A decisão levanta questionamentos sobre como o governo e a sociedade americana enfrentarão os desafios crescentes à sua democracia nos próximos anos.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

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