segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Voo dos deportados teve exigências dos EUA não acatadas pela PF; saiba quais

 

Primeiro voo com migrantes brasileiros deportados dos Estados Unidos, após a posse de Donald Trump. Foto: Karoline Leavitt@PressSec/Casa Branca

O tratamento dado aos brasileiros deportados pelos Estados Unidos voltou a gerar polêmica após o voo fretado com migrantes repatriados realizar uma escala inesperada em Manaus, na sexta-feira (24). Além de algemas, os deportados relataram o uso de correntes e outras condições degradantes, como alimentação insuficiente e ar-condicionado defeituoso.

Segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo, fontes da Polícia Federal afirmaram que o uso de algemas durante o transporte de migrantes deportados, prática comum em voos fretados pelos EUA, inclusive durante o governo Joe Biden, não foi aceita pela corporação para que o avião estadunidense seguisse com os brasileiros para Belo Horizonte.

O uso de correntes e a manutenção das restrições durante o desembarque em solo brasileiro são considerados excessos e violam normas de dignidade humana.

Normalmente, os migrantes brasileiros têm as algemas retiradas ao desembarcar no Brasil, já que não são prisioneiros. No entanto, no caso específico do voo que fez escala em Manaus, os 88 deportados permaneceram algemados e acorrentados até serem transferidos para outro avião que os levaria a Belo Horizonte.

Aeronave da FAB transportou deportados dos EUA de Manaus para Belo Horizonte
Imagem: Déborah Lima/Folhapress

Um delegado da Polícia Federal ressaltou que os estadunidenses exigiram que os brasileiros continuassem presos durante a escala, o que gerou indignação entre as autoridades locais.

“A diferença neste caso foi a imposição americana de manter os deportados algemados e acorrentados em solo brasileiro, o que não é permitido pelas nossas leis”, destacou a fonte.

O governo brasileiro classificou o episódio como um desrespeito aos acordos bilaterais que garantem tratamento digno aos repatriados. Em comunicado, o Itamaraty declarou: “O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

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