terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Presidente Lula não vai tomar medidas "heterodoxas" para reduzir preço dos alimentos, afirma Paulo Teixeira

Ministro diz que taxação das exportações do agronegócio "não tem chance de prosperar" e defende alternativas mais convencionais

       Paulo Teixeira (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Em meio à pressão interna do governo por soluções para conter a alta dos preços dos alimentos, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), reafirmou que o governo não cogita adotar medidas consideradas "heterodoxas", como a taxação temporária das exportações do agronegócio. "O presidente Lula deixou claro que não vai tomar medidas heterodoxas", declarou Teixeira à Folha de S. Paulo.

Embora o próprio ministro tenha apoiado um projeto semelhante em 2022, quando era deputado federal, ele ressaltou que a ideia "não tem chance de prosperar" no atual governo. A proposta, rejeitada em três comissões da Câmara dos Deputados, previa a taxação de exportações de grãos e carnes para priorizar o abastecimento interno e conter a volatilidade dos preços. "Assinei o projeto apenas para que ele tivesse tramitação", justificou Teixeira.

Taxação e seus impactos - Defensores da medida argumentam que a taxação forçaria o agronegócio a destinar uma parcela maior de sua produção ao mercado interno, reduzindo rapidamente os preços dos alimentos. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que produtos básicos como arroz, feijão e trigo têm perdido espaço na produção nacional, enquanto commodities voltadas à exportação, como soja e milho, ganharam protagonismo.

Entretanto, a resistência vem tanto do mercado financeiro quanto do próprio setor agropecuário, que alertam para possíveis danos à competitividade e à cadeia produtiva.

Alternativas no radar do governo - O governo, por sua vez, tem buscado caminhos mais moderados. Após reuniões com o presidente Lula (PT), o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), descartou intervenções como subsídios e tabelamento de preços. Uma das propostas em estudo é a redução de alíquotas de importação de alimentos, além de juros mais baixos no próximo Plano Safra. Apesar disso, integrantes do PT avaliam que essas ações são insuficientes para enfrentar a inflação alimentar de maneira efetiva.

O debate sobre a regulação do mercado de alimentos no Brasil também acontece em meio a um cenário internacional de competição comercial acirrada. Países como Índia, Rússia e Indonésia já implementaram taxações similares, enquanto a Argentina viveu crises no setor agropecuário após medidas intervencionistas, como aumento de impostos sobre exportações.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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