sábado, 18 de janeiro de 2025

Polícia prende PM suspeito de dirigir carro usado na execução de delator do PCC no aeroporto de Guarulhos

Ao todo, 16 PMs foram presos por suspeita de envolvimento no crime ou com a facção criminosa

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach (Foto: Reprodução )

 A Polícia Civil prendeu neste sábado (18) o 1º tenente Fernando Genauro da Silva, suspeito de participação no assassinato de Vinícius Gritzbach, delator da facção criminosa Primeiro Comando da Cpaitla (PCC), ocorrido no Aeroporto Internacional de São Paulo no ano passado. Ao todo, 16 PMs foram presos por suspeita de envolvimento no crime ou com a facção criminosa.

Segundo o g1, o policial foi detido em Osasco e encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar antes de ser levado ao Presídio Romão Gomes. A investigação que culminou na prisão dos militares começou em março do ano passado, após uma denúncia anônima sobre o vazamento de informações sigilosas da polícia, que favoreciam a facção criminosa e seus membros, incluindo Gritzbach.

Gritzbach, acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para o PCC, foi morto com dez tiros ao sair do Terminal 2 do aeroporto. Ele carregava uma bagagem contendo mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor. Na delação premiada assinada com o Ministério Público, Gritzbach revelou nomes de pessoas ligadas à facção e acusou policiais militares de corrupção, o que pode ter motivado sua execução.

A investigação revelou que informações estratégicas eram vazadas e vendidas por policiais da ativa e da reserva para integrantes do PCC. Entre os presos estão policiais que atuavam na escolta privada de Gritzbach. Além disso, a Corregedoria descobriu que os PMs envolvidos faziam parte de uma rede de proteção ao PCC, permitindo que criminosos se antecipassem às ações policiais.

O suspeito de ser o atirador, o cabo Denis Antonio Martins, de 40 anos, foi identificado a partir do rastreamento de seu celular, que indicou sua presença no local do crime. Martins, que possui uma tatuagem identificada durante as investigações, está sendo investigado com a coleta de material genético para confirmar sua participação no assassinato. A prisão temporária de Martins pode ser convertida em preventiva após os resultados da análise genética.

Durante coletiva de imprensa, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que as ferramentas de inteligência utilizadas na investigação, como a quebra de sigilo telefônico e o rastreamento por sinais de telefonia, foram essenciais para localizar os envolvidos e confirmar a execução do crime. Além de Martins, outros 15 policiais foram presos temporariamente, incluindo dois oficiais que eram responsáveis por organizar as escalas de trabalho dos agentes envolvidos na escolta ilegal de Gritzbach.

A diretora do Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Ivalda Aleixo, afirmou que o assassinato de Gritzbach foi encomendado por um integrante do PCC, embora a identidade do mandante ainda não tenha sido revelada.

"Nós temos duas linhas de investigação para os mandantes, ambos de facção. Então foi um crime encomendado por algum membro do PCC. Nós temos duas linhas que já estão bastante adiantadas de investigação", disse Aleixo durante entrevista coletiva.

A delegada afirmou, ainda, que mais de uma pessoa pode ter sido mandante do assassinato de Gritzbach. Apesar de a investigação não descartar qualquer hipótese, ela não considera que o mando do crime tenha sido de alguém ligado às polícias.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

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