segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Plano do governo para ferrovias atrai 20 grupos antes mesmo do anúncio

O plano abrange um total de cinco mil quilômetros de novos trilhos, com investimento estimado em cerca de R$ 100 bilhões

(Foto: VLI/Divulgação)

O anúncio oficial do Plano Nacional de Ferrovias, que está previsto para fevereiro, já está gerando movimentação nos bastidores. De acordo com informações obtidas pela CNN, diversos grupos têm procurado o governo federal para discutir os projetos do pipeline, que promete impulsionar a infraestrutura ferroviária do Brasil. O plano abrange um total de cinco mil quilômetros de novos trilhos, com investimento estimado em cerca de R$ 100 bilhões.

Fontes revelaram à CNN que, nos próximos dias, técnicos do governo irão se reunir com vinte grupos interessados nas oportunidades do setor. Para facilitar os encontros, foi reservado um escritório na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) em São Paulo, onde os investidores poderão discutir as perspectivas dos projetos com os responsáveis pela gestão.

Apesar da animação com o crescente interesse do mercado, fontes do governo alertam que o caminho até a efetivação das propostas é longo. "Entre o primeiro contato e a realização de um lance no leilão — quando a empresa ‘bidar’ — há uma série de etapas a serem cumpridas", disseram os técnicos. No entanto, a complexidade dos projetos a serem oferecidos tem gerado otimismo entre os quadros da Esplanada, que veem as reuniões com grandes operadores como um sinal positivo. Entre os investidores estão algumas das maiores empresas de infraestrutura de transporte do país, como CCR, MRS e Rumo. Além disso, também há interesse de grupos internacionais, como a Concremat, agora sob controle chinês, e a suíça Mediterranean Shipping Company (MSC), tradicionalmente conhecida pelo transporte marítimo, mas que busca expandir suas operações no setor ferroviário.

O governo federal aposta na parceria com a iniciativa privada para viabilizar economicamente os projetos. Para atrair investidores, será necessária a participação da União em parte dos investimentos. Estima-se que a contribuição federal pode variar entre 20% e 30% dos recursos necessários, dependendo do projeto específico. Este formato de financiamento deve ajudar a tornar os empreendimentos mais atraentes para o mercado.

Parte do financiamento virá dos acordos de repactuação das concessões no setor ferroviário. O governo já fechou entendimentos com grandes operadoras como a Rumo e a MRS Logística, e, no final de dezembro, firmou um compromisso com a Vale, que concordou em pagar até R$ 17 bilhões pela extensão das concessões da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM).

Os detalhes do pacote de projetos estão sendo finalizados, com discussões ainda em andamento junto à Casa Civil e ao Ministério da Fazenda. O plano já foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que segue acompanhando de perto as negociações.

A expectativa agora é que, com o lançamento oficial, o governo consiga atrair um grande número de investidores para o setor ferroviário, o que poderá representar um avanço significativo para o Brasil em termos de infraestrutura e logística, essencial para o crescimento econômico do país.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

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