O impacto é especialmente grave no setor de restaurantes, que depende fortemente da mão de obra imigrante
Donald Trump (Foto: Carlos Barria / Reuters)
Desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, sua política de repressão a imigrantes sem documentação tem causado pânico entre trabalhadores e empresários. Como reportado pelo UOL, a ofensiva anti-imigratória da nova administração tem levado muitos profissionais a faltarem ao trabalho e impedido crianças de frequentarem a escola por medo de deportações.
O impacto é especialmente grave no setor de restaurantes, que depende fortemente da mão de obra imigrante. Na última semana, diversos estabelecimentos não conseguiram abrir as portas por falta de funcionários. Segundo a Associação Nacional de Restaurantes dos EUA, 21% dos trabalhadores do setor são imigrantes legalizados, mas a presença de indocumentados é significativa e dificilmente mensurável.
O temor de operações do Serviço de Controle de Imigração (ICE, na sigla em inglês) faz com que muitos donos de restaurantes evitem falar publicamente sobre o tema. Em um restaurante famoso de Chicago, a preocupação foi estampada em um bilhete pregado na cozinha: "Não deixe o ICE entrar no prédio!", dizia a mensagem escrita à mão. "E nada de dedurar!", completava o recado, em solidariedade aos trabalhadores sem documentos.
Para conter o pânico, chefs e empresários têm recorrido a advogados especializados em imigração, orientando seus funcionários sobre direitos e procedimentos em caso de abordagens das autoridades. Enquanto isso, protestos contra as medidas anti-imigratórias se multiplicam em cidades como Chicago, onde comunidades imigrantes tentam reagir às ameaças.
A presença imigrante na gastronomia
Os restaurantes são um dos principais setores que absorvem trabalhadores estrangeiros recém-chegados aos Estados Unidos. Diferentemente de outras profissões que exigem fluência no idioma local ou certificações específicas, cozinhar e vender comida permite uma integração mais rápida.
Esse fenômeno não se restringe aos EUA. Em São Paulo, por exemplo, muitos restaurantes foram fundados por imigrantes que fugiam de crises e guerras. Inicialmente, esses estabelecimentos serviam comida para suas comunidades, mas logo se tornaram parte do cenário gastronômico da cidade, misturando influências culturais. Hoje, é comum ver quibes ao lado de coxinhas em padarias, assim como pastéis dividindo espaço com temakis.
Nos Estados Unidos, a presença imigrante é ainda mais evidente. Segundo um levantamento da Escola Escoffier, 41% dos restaurantes do país são geridos por minorias étnicas, um percentual bem acima dos 30% registrados em outros setores. Entre as diversas comunidades, a asiática se destaca, estando super-representada no setor de alimentação em mais de 196%.
Fonte: Brasil 247 com informações do UOL
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