domingo, 5 de janeiro de 2025

Parlamento venezuelano ameaça prisão de Edmundo González em caso de retorno ao país

Líder opositor, exilado na Espanha, intensifica campanha internacional e desafia governo de Nicolás Maduro

Edmundo Gonzalez em Madri, Espanha - 10/12/24 (Foto: REUTERS/Juan Medina)

A Assembleia Nacional da Venezuela anunciou neste domingo (5), que solicitará a prisão imediata de Edmundo González, caso ele retorne ao país, informa a Sputnik. A declaração foi feita pelo presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, em resposta às recentes ações do opositor, que iniciou uma campanha internacional em busca de apoio à sua autoproclamação como presidente da Venezuela.

“Ele vem dizendo uma série de bobagens, inclusive que retornará à República Bolivariana da Venezuela. Somos obrigados a contribuir com a Procuradoria Geral da República [...] solicitaremos, se ele tocar em um único centímetro de terra na República Bolivariana da Venezuela, sua prisão imediata por violar a Lei Orgânica Simón Bolívar”, afirmou Rodríguez.

Edmundo González, asilado na Espanha desde que se recusou a reconhecer o resultado das eleições presidenciais organizadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), intensificou sua oposição ao governo de Nicolás Maduro. O líder opositor alega ter vencido o pleito realizado em 2023 e promete retornar ao país para tomar posse. A vitória de Maduro, com 51,20% dos votos contra 44,2% de González, foi ratificada pelo CNE, mas o opositor apresentou atas paralelas e se recusou a aceitar a derrota.

◉ Acusações e exílio

Após o pleito, González foi acusado de diversos crimes, incluindo usurpação de funções, falsificação de documentos, instigação à desobediência de leis, formação de quadrilha, traição à pátria e lavagem de dinheiro. Antes de se exilar na Espanha, assinou um documento reconhecendo sua derrota eleitoral, mas, ao chegar ao país europeu, começou a se autoproclamar vencedor e intensificou os ataques ao governo Maduro.

Segundo o ministro das Relações Interiores, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, não há possibilidade de González retornar ao país sem enfrentar a Justiça. "Ele terá que responder pelos crimes que lhe são imputados", garantiu Cabello.

◉ Campanha internacional

González já se encontrou com líderes como Javier Milei, presidente da Argentina, e Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai, e planeja reuniões com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e líderes de Panamá e República Dominicana. Além disso, conta com o apoio de ex-presidentes membros do Grupo IDEA, que pretendem acompanhá-lo em sua tentativa de retorno ao país no dia 10 de janeiro, data marcada para a posse presidencial de Nicolás Maduro.

Rodríguez classificou o envolvimento dos ex-líderes como uma afronta à soberania venezuelana. “Virão sem qualquer tipo de autorização das autoridades legítimas da Venezuela para entrar no território. Portanto, na primeira sessão da Assembleia Nacional de terça-feira (7), solicitarei que esse bando de traidores seja declarado persona non grata [...] isso não pode ser considerado nada além de um ato de invasão, e eles serão tratados como invasores”, declarou.

Fonte: Brasil 247

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