quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Número de mortes causadas pela PM de SP cresce 65% em 2024, aponta relatório

No total, os policiais militares de São Paulo mataram 760 pessoas em 2024

Tarcísio de Freitas (Foto: Francisco Cepeda/Governo do Estado de SP)

A Polícia Militar de São Paulo matou 760 pessoas em 2024, número 65% maior do que foi registrado em 2023, quando 460 pessoas foram mortas por policiais militares no estado, aponta o relatório do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo. As informações são do Metrópoles.

O ano de 2024, o segundo da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), marca a volta do crescimento da letalidade policial após um movimento de queda que se iniciou em 2021. O último ao com tantas mortes ocasionadas por policiais militares foi 2020, quando foram registradas 796 ocorrências. As 760 mortes cometidas por PMs em 2024 representam mais de dois homicídios por dia. Em 2023 esse número era de 1,2 mortes por dia.

Segundo o relatório, fevereiro foi o mês mais letal do primeiro semestre do ano, com 84 mortes. 56 delas ocorreram durante a Operação Verão, na Baixada Santista. No entanto, o mês mais letal do ano foi outubro, com 86 mortes.

Episódios emblemáticos - Entre os casos mais emblemáticos, destaca-se o da morte do menino Ryan da Silva Andrade Santos, de apenas 4 anos, atingido por uma bala perdida durante uma operação policial no Morro do São Bento, em Santos, no dia 5 de novembro. A mãe do menino, Beatriz da Silva Rosa, relatou que a criança expressava o desejo de morrer para reencontrar seu pai, que fora fuzilado pela PM em fevereiro.

Outro episódio ocorreu no dia 3 de novembro, quando um policial matou Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, com 11 tiros pelas costas após o jovem ser suspeito de furtar embalagens de sabão líquido. Em outro caso, um estudante de medicina de 22 anos foi morto por um PM dentro de um hotel na Vila Mariana, zona sul da capital, após ser abordado durante a madrugada. Familiares do jovem exigem respostas do governador Tarcísio de Freitas e do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, sobre o caso.

Em agosto, dois PMs mataram Denner Wesley Batista dos Santos, de 35 anos, diagnosticado com esquizofrenia, durante um surto psicótico. Ele foi assassinado diante da mãe, o que gerou indignação e protestos.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, por meio de nota, afirmou que não compactua com abusos ou desvios de conduta e que toma providências rigorosas nos casos de excessos cometidos por seus agentes. "Desde o início de 2023, mais de 300 policiais foram demitidos e expulsos, e mais de 450 agentes foram presos", disse a SSP.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

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