A empresa era vista como um aliado do TSE no combate à desinformação, mas uma mudança na política de moderação de conteúdos deve mudar o panorama
Mark Zuckerberg (Foto: REUTERS/Manuel Orbegozo)
A Meta, dona do Facebook e do Instagram, registrou um faturamento de R$195,6 milhões nas eleições municipais de 2024 com o impulsionamento de publicações de candidatos nas suas redes sociais. Os dados foram obtidos por meio da plataforma DivulgaCandContas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As informações são da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
O valor é significativamente superior ao registrado em 2022, nas eleições gerais, que foram de R$129,3 milhões, e em 2020, quando as eleições municipais geraram R$35,5 milhões em receita para a empresa. Os números são ainda maiores se considerarmos que o TSE não inclui o Instagram, outra rede social pertencente à Meta.
O TSE também lista empresas fintechs intermediárias que recebem pagamentos por impulsionamentos e repassam para as plataformas e outras prestadoras estrangeiras, como a uruguaia dLocal, que recebeu R$76,3 milhões, e a holandesa Adyen, que aparece em terceiro com R$27,4 milhões.
Em 2022, a Meta firmou um compromisso com o TSE e se comprometeu com a adoção de medidas céleres contra a disseminação de fake news, bem como a cooperação com o Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (CIEDDE) criado pelo tribunal. Entre as medidas acordadas estavam a criação de um canal de denúncias, transparência em relação aos anúncios e o fornecimento de ferramentas do WhatsApp.
No entanto, a empresa sinalizou uma mudança na sua postura após anúncio feito pelo CEO, Mark Zuckerberg, nesta semana. Zuckerberg anunciou mudanças no sistema de moderação de conteúdos da empresa, abandonando o sistema de checagem de fatos para aderir ao modelo de notas da comunidade, semelhante ao X, antigo Twitter. A mudança foi vista como um alinhamento aos ideais do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em um vídeo, Zuckerberg, criticou a "censura" e mencionou "tribunais secretos" na América Latina, uma fala que foi vista como uma crítica indireta ao Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil. O governo Lula e membros do STF interpretaram as declarações como uma tentativa de enfraquecer as políticas de combate às fake news, especialmente em um contexto eleitoral.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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