terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Manuela d’Ávila diz que Zuckerberg declarou guerra ao mundo (vídeo)

"O que Zuckerberg diz é que as ideias de Trump e Musk serão as suas. Ideias que ameaçam instituições e democracias", alerta a ex-deputada

(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

O anúncio de mudanças na política de moderação de conteúdos da Meta, empresa que controla o Facebook e o Instagram, gerou uma onda de críticas globais. Entre as reações mais contundentes, a ex-deputada federal Manuela d’Ávila classificou a decisão de Mark Zuckerberg como uma “declaração de guerra ao mundo”. A declaração foi feita em uma postagem extensa nas redes sociais, na qual ela analisou o impacto político e geopolítico das novas diretrizes da gigante tecnológica.

“O que Zuckerberg diz, com todas as letras, é que a liberdade defendida pela extrema-direita, as ideias de Trump e Musk, serão as suas. Ideias que ameaçam instituições e democracias. Ideias de violência e tortura”, afirmou Manuela. Ela ressaltou que o anúncio não pode ser tratado como uma mera mudança de política de moderação, mas sim como uma questão central na geopolítica contemporânea.

☉ A mudança na política da Meta - A Meta anunciou o fim das parcerias com verificadores de fatos terceirizados, substituindo esse sistema por um modelo de “notas da comunidade”, similar ao adotado pelo X (antigo Twitter), sob a liderança de Elon Musk. De acordo com Joel Kaplan, chefe de Assuntos Globais da Meta, a decisão busca descentralizar o controle de conteúdos, colocando o poder nas mãos dos usuários.

Kaplan defendeu que o modelo antigo sofria com “preconceitos políticos” e que a nova abordagem seria mais transparente e democrática. No entanto, críticos argumentam que a medida abre espaço para a disseminação de desinformação, polarização e discursos de ódio, ao remover o filtro de verificadores especializados.

O contexto político também exacerba as preocupações. A mudança ocorre sob um alinhamento declarado entre a Meta e a administração de Donald Trump, com Kaplan afirmando que a empresa sente “maior liberdade” para agir sob um governo favorável à suposta liberdade de expressão.

☉ Impactos globais e as críticas de Manuela - Para Manuela, que atualmente se dedica ao estudo das políticas de regulação da internet em seu doutorado, o anúncio da Meta representa mais do que uma escolha técnica ou comercial: é uma declaração de intenções políticas e ideológicas com impactos globais.

Ela destacou a menção específica de Zuckerberg à China, América Latina e Alemanha, sugerindo que as novas diretrizes da Meta representam um ataque direto às tentativas de regulação desses países e regiões. “Esse é o velho excepcionalismo americano: a ideia de um povo predestinado a salvar todos os povos. As ideias que fazem desse Império o que mais guerreou na história”, afirmou.

A ex-parlamentar também criticou a referência de Zuckerberg ao modelo do X, que, segundo ela, opera como uma plataforma que ameaça a democracia em várias regiões do mundo. “Não subestimem acreditando que pode ser resolvido pelas secretarias de comunicação dos governos. Essa é a agenda central da geopolítica do nosso tempo”, alertou.

Manuela d’Ávila encerrou sua análise pedindo uma resposta institucional e organizada à mudança. “Só uma resposta institucional organizada poderá nos permitir enfrentar essa ameaça”, concluiu.

Fonte: Brasil 247

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