Movimento cobra maior empenho do governo na reforma agrária, alegando uma “paralisação” no programa de assentamentos
Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)
O presidente Lula (PT) recebe nesta quinta-feira (29) integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Palácio do Planalto. O encontro ocorre poucos dias após o grupo divulgar uma carta em que pressiona o governo a cumprir o compromisso de assentar 100 mil famílias acampadas no país, relata o jornal O Globo.
No documento, assinado pela coordenação nacional do MST, o movimento cobra maior empenho do governo petista na reforma agrária, alegando uma “paralisação” no programa de assentamentos. O grupo também questiona os números apresentados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e critica duramente o Congresso Nacional, classificando sua atuação como "perversa" em defesa do agronegócio.
A carta foi divulgada após quatro dias de reunião da cúpula do MST, realizada em Belém (PA). O movimento sustenta que as ações do governo estão aquém do prometido e que o ritmo de assentamentos é insuficiente para atender à demanda histórica por terras no país. Em dezembro, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, comandado por Paulo Teixeira (PT), afirmou que o governo Lula assentou 71,4 mil famílias ao longo de 2024. O dado, no entanto, é contestado pelo MST, que defende uma revisão nos critérios adotados pela pasta.
Além da cobrança por reforma agrária, o MST também reforçou seu apoio a pautas relacionadas à demarcação de territórios indígenas e ao reconhecimento de quilombos. No documento, o movimento se coloca ao lado de países como Cuba, Palestina e Venezuela. A proximidade com o governo de Nicolás Maduro foi demonstrada neste mês, quando uma comitiva do MST esteve presente na cerimônia de posse do mandatário venezuelano.
Outro ponto destacado pelo MST é a preocupação com a violência no campo. O grupo exige “justiça” para os militantes Valdir do Nascimento e Gleison Carvalho, assassinados em janeiro deste ano em um ataque a tiros no interior de São Paulo. O episódio evidenciou a escalada dos conflitos agrários no Brasil, que vêm aumentando desde 2021.
O encontro entre Lula e o MST ocorre em um momento delicado, no qual o governo tenta equilibrar suas promessas de campanha com a necessidade de negociar com o Congresso, onde o agronegócio possui forte influência. O desfecho da reunião pode indicar os próximos passos da política agrária do governo petista e a disposição do Planalto em atender às demandas do movimento.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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