O chefe da Casa Civil, Rui Costa, também criticou a postura do governador: ‘de forma ingrata, agrediu o presidente’
Romeu Zema (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Divulgação I Ricardo Stuckert / PR)
O presidente Lula (PT) não poupou palavras ao rebater as críticas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), sancionado recentemente. Durante um evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (22), Lula ressaltou os esforços do governo federal para viabilizar o programa, que beneficia diretamente estados com altos níveis de endividamento, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Segundo o presidente, Zema deveria agradecer, e não criticar.
“Para falar a palavra ‘obrigado’ tem que ter grandeza, caráter, humildade. Esse acordo das dívidas de Minas Gerais e dos estados como um todo, o governador de Minas Gerais deveria vir aqui me trazer um prêmio, um troféu do primeiro presidente da República que ele tem conhecimento que nunca vetou absolutamente nada de nenhum governador, nenhum prefeito, por ser de oposição”, afirmou Lula.
O chefe do Executivo também destacou que o Propag segue a lógica do PAC, de atender às demandas dos estados. “Não foi obra inventada pelo Lula, pelo chefe da Casa Civil. São obras que eles disseram: ‘as principais obras que precisamos são essas, essas e essas’. E nós, então, colocamos no PAC. Deveria agradecer. Mas ele fez uma crítica profunda e desnecessária”, acrescentou.
☉ Rui Costa reforça críticas - O chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), também criticou o governador, chamando a postura de Zema de ingrata e demagógica. Costa lembrou que os vetos presidenciais foram necessários para preservar a responsabilidade fiscal e impedir que a União assumisse dívidas contraídas por estados com bancos internacionais, o que desvirtuaria o propósito do programa.
“Estranhamente, eu vi uma declaração do governador de Minas reclamando de um dos vetos. E é sempre bom esclarecer: o que o presidente vetou não foi a diminuição ou a facilidade para negociar a dívida do governo federal com o estado de Minas. O senhor fez, por ano, uma liberação de R$ 6 bilhões para o estado de Minas, e esse recurso poderá ser investido no estado, priorizando a área de educação”, explicou Costa.
Rui Costa também criticou a postura de outros governadores, como Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, que classificaram os vetos como prejudiciais. “O presidente respeita o pacto federativo e pensa mais no povo do que o governante que está sentado na cadeira de governador ou prefeito”, disse.
☉ Avanços e desafios do Propag - O Propag representa um marco na renegociação de dívidas estaduais, que somam mais de R$ 765 bilhões. Estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro acumulam dívidas que superam R$ 429 bilhões, dificultando a capacidade de investimento. O programa oferece condições privilegiadas, como descontos em juros e prazos de pagamento de até 30 anos, mas exige responsabilidade fiscal em contrapartida.
Apesar dos benefícios, governadores de estados mais endividados têm criticado os vetos de Lula, que impediram o acúmulo de vantagens. A reação negativa, segundo o governo federal, é reflexo de uma tentativa de desviar a atenção de problemas estruturais.
Enquanto isso, Lula mantém o discurso conciliador, mas firme, destacando que o objetivo do Propag é beneficiar a população. “Vou relevar isso porque o papel do presidente da República em um ato como esse não é falar mal de ninguém, mas falar bem do que está acontecendo aqui”, concluiu o presidente.
Fonte: Brasil 247
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