De acordo com o presidente, lideranças globais precisam conhecer mais de perto a 'grandeza da natureza na floresta amazônica'
Lula (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a ressaltar o papel de liderança reconquistado pelo Brasil no cenário geopolítico e reforçou a importância de sediar eventos como o G20, realizado no ano passado. Durante coletiva de imprensa em Brasília (DF), o chefe de Estado comentou sobre o BRICS e demonstrou otimismo com a COP 30, prevista para acontecer em novembro deste ano, no Pará.
"Fizemos o mais importante G20 da história. Vamos repetir com o maior BRICS e fazer a melhor COP, no coração da Amazônia, onde ninguém acreditava que fosse possível. Em qualquer parte do planeta, as pessoas dão palpite sobre a Amazônia. Todo mundo quer proteger. Vamos fazer lá, na cidade de Belém, para que as pessoas saibam o que é a Amazônia, para que vejam a grandeza da natureza da Amazônia", disse Lula.
"Essa COP30 vai ser um balizamento do que queremos daqui para frente. Vão estar presentes indígenas para discutir, quilombolas, chefes de Estado e especialistas. Queremos algo muito verdadeiro. Se não fizermos algo forte, essas COPs vão ficar desmoralizadas, porque aprovam medidas, tudo fica bonito no papel, mas depois nenhum país cumpre. Os países ricos se comprometeram, em Copenhague, em 2009, a destinar 100 bilhões de dólares por ano para países em desenvolvimento, e até hoje não cumpriram essa promessa", complementou.
⊛ Aliança Global
Lula reforçou ainda que a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma das principais conquistas do Brasil à frente do G20 em 2024, terá seu primeiro grande evento em maio, reunindo todos os ministros da Agricultura dos países africanos.
"Vamos realizar uma reunião para mostrar o que temos de bom no combate à fome no Brasil, levá-los a campo para ver o que está acontecendo e promover um encontro técnico coordenado pela Embrapa e pelo Ministério das Relações Exteriores. O objetivo é transferir conhecimento aos nossos companheiros africanos e buscar formas concretas de combater a fome", afirmou.
⊛ Reforma Tributária
O presidente também mencionou os efeitos da reforma tributária, a primeira aprovada em um regime democrático na história do Brasil, e seu impacto na diversificação dos negócios brasileiros no exterior.
"Uma coisa que o mundo vai agradecer é a aprovação da reforma tributária, que entrará em vigor em 2027 e permitirá que o Brasil se torne um país mais atrativo para investimentos estrangeiros e mais seguro para os investimentos nacionais", destacou.
Sobre o contexto internacional, Lula reforçou a necessidade de preservar a democracia e as instituições representativas, não apenas no Brasil.
"Não é possível aceitar o que está acontecendo com a democracia no mundo. A democracia será a grande derrotada se permitirmos o crescimento da extrema direita globalmente, se aceitarmos a vitória das fake news e se deixarmos que a mentira prevaleça sobre a verdade", alertou.
⊛ Reciprocidade
O presidente brasileiro também comentou sobre possíveis medidas de taxação de produtos brasileiros em razão de mudanças na administração dos Estados Unidos. Para Lula, a questão deve ser tratada com base na reciprocidade.
"É muito simples: se taxarem os produtos brasileiros, haverá reciprocidade por parte do Brasil", afirmou. "Quero respeitar os Estados Unidos e quero que o presidente Donald Trump respeite o Brasil. Da minha parte, o que desejo é melhorar nossa relação com os Estados Unidos, exportar mais se necessário, importar mais se necessário, e manter uma relação bilateral sólida, que já dura 200 anos."
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário